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Frades capuchinhos comemoram 100 anos de presença no Amazonas

Manaus (Quinta, 07-05-2009, Gaudium Press) Há exatos 100 anos instalava-se, a pedido da Igreja, que viu a necessidade de estar presente nos lugares mais remotos do país, a primeira leva de religiosos da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos da região amazônica. No Brasil, a presença de frades capuchinhos remonta a meados do século XVII.

Para comemorar a data, a Vice-Província dos Capuchinhos, no Amazonas, irá celebrar hoje uma missa de ação de graças, que será presidida pelo ministro geral da ordem capuchinha no mundo, frei Mauro Johri, que veio diretamente de Roma para a ocasião. Também estarão presentes na ocasião o definidor geral para a América Latina, frei José Gislon, o Provincial da Úmbria, frei Antonio Maria Tofanelli e demais confrades da VIPROCAM (Vice-Província dos Capuchinhos no Amazonas). A celebração será realizada na Igreja São Sebastião, no centro de Manaus, às 18 horas.

Segundo frei Paulo Xavier, ecônomo da Conferência dos Capuchinos do Brasil (CCB), e que também atua na região, os religiosos procuram estar nos lugares mais afastados, como em áreas de fronteira, e atendendo às populações mais pobres do Amazonas, como as ribeirinhas e os índios. Simplicidade, proximidade do povo e rotina de oração são os pilares da ordem.

Como nos primórdios do Brasil colônia, com os jesuítas, a força-motriz do trabalho missionário dos capuchinhos é a catequização. De acordo com o site da CCB, com a tarefa de substituir os jesuítas, expulsos do país, os capuchinhos assumiram a catequese indígena, “como missionários apostólicos com faculdades especiais, fundando e dirigindo aldeamentos, substituindo vigários, percorrendo os lugares mais longínquos como pregadores ambulantes, construindo capelas, hospitais e cemitérios”.

Hoje, afirma frei Xavier, o trabalho voluntário dos capuchinhos no país está espalhado por 12 províncias (áreas de atuação), em 24 estados, contabilizando um total de 1200 frades. “É um número muito expressivo, mesmo se posto em perspectiva com outras ordens”, afirma o frei.

Os capuchinhos nasceram por volta de 1520, após um frade franciscano, Matteo da Bascio, decidir levar mais a fundo o rigor dos ensinamentos de São Francisco de Assis. Assim, passou a usar um capuz pontudo (cujo nome em italiano, capucize, deu origem à denominação da Ordem), deixou a barba crescer e aboliu calçados para os pés. Recebeu o reconhecimento do Vaticano no ano de 1528, pelo Papa Clemente VII, que permitiu que Matteo vivesse como um eremita e partir em missão para orar pelos pobres.

Os membros da ordem vivem sob rigoroso voto de pobreza. Aceitam, por exemplo, esmolas e moram em conventos humildes que devem ser contruídos de vime e barro.

 

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