São Pio X, quando jovem padre, gostava de construir relógios solares

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 21-08-2012, Gaudium Press) Hoje a Igreja católica celebra a memória litúrgica de São Pio X. Ele foi o primeiro Pontífice eleito no século passado e o Papa que permitiu a Primeira Comunhão para as crianças desde os 7 anos.

Hoje, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, são celebradas ininterruptamente Missas no altar onde se encontra o monumeto em honra do Santo.

“L’Osservatore Romano” publicou hoje um artigo sobre a biografia de Giuseppe Melchiorre Sarto que nasceu em Riese, na Província italiana de Treviso, de uma família modesta, sendo o segundo dos dez filhos de Giovanni Battista Sarto e de Margherita Sanson e que foi ordenado aos 23 anos e que, como sacerdote, começou seu serviço para a Igreja como capelão em Tombolo, onde começou a correr mundo sua fama de ser um inspirado pregador.

O jornal traz aspetos pitorescos da vida de São Pio X. Deixa para outra ocasião tratar de sua luta contra o chamado modernismo, de sua devoção ao Santíssimo Sacramento, de suas encíclicas e ensinamentos e de sua atuação importante na tentativa de impedir a primeira grande guerra.

No artigo são relembrados aspetos pitorescos e pouco comentados de sua vida. Por exemplo, é mostrado que, ao lado de seu trabalho pastoral incansável, quando jovem sacerdote, ele tinha uma paixão pela construção das chamadas meridianas, um tipo simples de aparelho para indicar as horas do dia, um medidor de tempo. Poder-se-ia até dizer que se tratasse de um relógio. Um engenho simples que tinha a característica de possuir a precisão de um aparelho comandado pelo sol: um relígio solar.

Um estudo sobre as meridianas deixadas por Dom Sarto foi realizado por Elsa Stocco.Uma delas, construída pelo então pelo jovem Padre Sarto encontra-se na igreja de Fontaniva. Desde março de 1904 traz uma inscrição que recorda seu construtor que em 1903 tornou-se Pontífice da Igreja.

Uma meridiana particular foi construída para a residência do cônego de Galliera e ainda existe. Continua salva também aquela que foi construída na residência do cônego de Onara, onde pode-se ver uma escrita bem legível: “Don Giuseppe Melchior Sarto fece” (Dom Giuseppe Melchior Sarto fez). Provavelmente a mais interessante foi a meridiana da residência de Tombolo, que infelizmente não existe mais.

Mas, essa sua particular preferencia de construção de meridianas foi deixada de lado com o surgimento de cargos mais absorventes como o de pároco em Salzano ou os trabalhos no seminário e na cúria de Treviso e depois disso o advento dos encargos do episcopado e do patriarcado veneziano, para não falar do papado.

O futuro Pio X dedicava-se muito ao trabalho. Quando era jovem dormia somente 4 horas por noite, e julgava seram suficientes.

Sua paixão pelo estudo astronômico continuou depois de Pontífice, nomeando dois anos como diretor da Spécula vaticana o jesuíta austríaco Johann Georg Hagen, astrônomo conhecido e estimado internacionalmente.

O “L’Osservatore Romano” traz uma pitoresca conversa havida com o Santo Padre e que diz respeito às meridianas deixadas por Dom Sarto. “Diz-se – escreve o jornal – que um dia o pároco de Fontaniva, em audiência com o Papa Pio X, lamentou que a meridiana deixada por Pontífice em sua paróquia não estava funcionando muito bem. Parece que o Papa, para justificar as imprecisões de seu relógio, respondeu com uma frase espirituosa e esperta: “Eu não era infalível na época!”.

A vida de São Pio X conta também com outras dimensões dos tempos em que viveu. Ele foi o último pontífice a ser eleito por causa do chamado “veto laical”.

No conclave de agosto de 1903 era considerado também papável o cardeal Secretário de Estado Rampolla. Mas por causa de seus relacionamentos, sua eleição foi vetada pelo cardeal Puzyna, arcebispo de Cracóvia, em nome do imperador austro-húngaro, o mais católico da época.

Assim, o segundo papável tornou-se o cardeal Giuseppe Sarto que, eleito, adotou o nome de Pio X.

A beatificação e canonização dele, olhando os tempos dos processos de hoje, foi rápida. Foi beatificado em 1951 e canonizado três anos depois. (AA/JSG)