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A viagem do Papa ao Líbano será realizada sob o signo da paz

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 12-09-2012, Gaudium Press) “A minha viagem apostólica ao Líbano, e por extensão  ao conjunto do Médio Oriente, se coloca sob o signo da paz, retomando as palavras de Cristo: “Dou-vos a  minha paz” (Jo 14, 27). Que Deus abençoe o Líbano e o Oriente Médio!” Com essas palavras ditas durante a oração  do Ângelus, em uma longa saudação em francês, o Papa reafirmou o convite a todas as partes para “o empenho para  um diálogo e pela reconciliação” na região.

Falta pouco mais que um dia para o início da viagem apostólica de Bento XVI ao Líbano que, no contexto da situação geopolítica já se pode dizer histórica. O Papa vai entregar a exortação apostólica sobre o Oriente Médio, fruto da reflexão feita no Vaticano em outubro de dois anos atrás.

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“Que Deus abençoe o Líbano e o Oriente Médio!”,
deseja o Papa, antes de sua viagem.

Um dos temas preocupantes é a situação dos cristãos que em grande número fogem da região que se torna cada vez mais muçulmana. “Não ignoro a situação, muitas vezes dramática, vivida pelas populações desta região, desde há demasiado tempo flagelada por incessantes conflitos – disse o Papa. Compreendo a angústia de numerosos  habitantes do Médio Oriente, dia a dia mergulhados em sofrimentos de todo o tipo, que afetam tristemente, por  vezes de modo mortal, a sua vida pessoal e familiar. O meu preocupado pensamento vai para aqueles que, na busca  de um espaço de paz, abandonam a vida familiar e profissional e experimentam a precariedade dos exilados”.

Com um olhar na situação regional, o Pontífice admitiu que “embora pareça difícil encontrar soluções para os  diferentes problemas que afetam a região, não nos podemos resignar à violência e à exasperação das tensões”. Ele  afirmou que o empenho para um diálogo e para a reconciliação “deve ser prioritário para todas as partes envolvidas”.  Bento XVI disse também que a comunidade internacional deve apoiar esse esforço e que ela “deve ser cada vez mais  consciente da importância, para o mundo inteiro, de uma paz estável e duradoura para toda a região”.

Sobre a alegria da segunda viagem do Santo Padre ao Oriente Médio falou o bispo copto católico de Assiut, Kyrillos  William. “Nós atravessamos um período difícil no Oriente Médio e a sua presença nos tranquilizará, nos dará calma,  paz e tranquilidade. Não estamos sós, toda a Igreja pensa em nós e nos segue!”, disse.

Padre Federico Lonbardi

Os libaneses esperam o Papa com grande alegria e esperança. Será uma ocasião para Bento XVI reafirmar temas fundamentais e também aqueles sobre a necessidade da paz. Uma breve cotidiana leitura da situação confirma “um ato de grande coragem e de esperança” do Pontífice que se retira da viagem, como observou Padre Federico Lombardi  no tradicional editorial para “Octava Dies”, informativo do Centro Televisivo Vaticano.

“A escolha da meta da viagem – observou o porta-voz vaticano – o Líbano, onde as comunidades católicas são  particularmente numerosas, havia sido realizada antes que a situação na Síria degenerasse em conflito aberto e  sanguinário. Agora, isto não coloca em questão a viagem em si, mas sem dúvida caracteriza um contexto no qual  muitos dos problemas enfrentados dois anos atrás pela assembleia do Sínodo do Oriente Médio não aparecem  endereçados à solução, mas posteriormente aguçados”, como a “primavera árabe”.  No novo contexto se coloca mais  “a urgência do empenho da Igreja na área”. A presença do Papa será “inspiradora e orientadora”.

“Os católicos, os cristãos, mesmo sendo minoria na região, podem e devem dar uma contribuição de testemunho de  paz e de promoção de diálogo sofrido e vivido. Não somente às populações e aos grupos religiosos numerosos do  Oriente Médio, mas também à comunidade internacional, a um mundo que parece teimar em não se dar conta de  quanto as tensões e as ambições geopolíticas globais se reflitam tragicamente também nos conflitos da área. Bento  XVI levantará um grito pacato de esperança e de desejo de paz para a região inteira.  Esperamos que seja ouvido”,  concluiu Padre Lombardi.

Cardeal Sandri

“Uma onda de amor e de paz”. Assim definiu a próxima viagem o Cardeal Sandri, desejando que “esta viagem seja uma consequência de amor, de paz para os nossos irmãos cristãos, das outras igrejas, para todos os Patriarcas”, e  que “se mantenha a esperança de um Líbano e de um Oriente Médio respeitoso dos direitos de todos”.  O prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais desejou principalmente para a região a liberdade religiosa. (AA/JS)

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