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A Igreja vive na história, mas não se fecha em si mesma, diz Bento XVI

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 13-0-2012, Gaudium Press) – Para milhares de peregrinos que lotavam a Sala Paulo VI, em sua catequese nessa semana que precede sua viagem apostólica ao Líbano, o Papa Bento XVI tratou da oração na segunda parte do Apocalipse.

Enquanto na primeira parte a oração está orientada para dentro da vida eclesial, na segunda parte a atenção está dirigida ao mundo inteiro, ensinou o Papa.

Para o Santo Padre, a Igreja, de fato, caminha na história, e faz parte dela, segundo o projeto de Deus. A assembleia deve saber ler em profundidade a história que está vivendo, aprendendo a discernir com a fé os acontecimentos para colaborar, com a sua ação, ao desenvolvimento do reino de Deus. E esta obra de leitura e de discernimento, como também de ação, está estritamente ligada à oração.

Dirigindo o olhar ao Céu de Deus, –continuou o Pontífice– na relação constante com Cristo, abrindo a Ele o nosso coração e a nossa mente na oração pessoal e comunitária, nós aprendemos a ver as coisas de modo novo e a colher seu significado mais verdadeiro. Para uma leitura mais profunda da história, o Senhor guia a comunidade cristã, convidando-a a considerar com realismo o presente que está vivendo.

Para Bento XVI, diante da violência, da injustiça, da fome, da doença, diante de realidades dramáticas, a comunidade eclesial é chamada a jamais perder a esperança. O Apocalipse nos diz que a oração alimenta em cada um de nós e nas nossas comunidades essa visão de luz e de profunda esperança: nos convida a não nos deixar vencer pelo mal, mas a vencer o mal com o bem. A Igreja vive na história, mas não se fecha em si mesma; enfrenta com coragem o seu caminho em meio a dificuldades e sofrimentos.

Ao dirigir-se aos peregrinos de lingua portuguesa o Papa sintetizou assim seu pensamento:

“a oração é como uma janela aberta que nos permite ter os olhos voltados para Deus, não só para nos lembrar a meta para a qual tendemos, mas também para deixar que a vontade de Deus ilumine o nosso caminho terreno e nos ajude a vivê-lo com intensidade e empenho. Neste sentido, a segunda parte do Apocalipse nos mostra, através dos símbolos do trono de Deus, do livro e do Cordeiro imolado, como a oração pessoal e comunitária nos leva a ver a realidade de um modo novo, captando o seu pleno sentido. O Trono representa o senhorio de Deus sobre a história; o Livro com os sete selos, o plano de Deus sobre os homens e os acontecimentos; e o Cordeiro imolado se refere a Cristo morto e ressuscitado, o grande vencedor do maligno. De fato, o Apocalipse nos ensina a ler a realidade, muitas vezes marcada por sofrimentos e aparentes derrotas, com um olhar de esperança: como cristãos, jamais podemos ser pessimistas! Devemos olhar para Cristo Crucificado e Ressuscitado que nos associa à sua vitória! Lembrai-vos de que a vida de oração do cristão deve ter por centro a Missa dominical. É na Eucaristia que experimentareis como o Senhor Jesus vem e faz morada em quem n’Ele crê e acolhe. E que Deus vos abençoe em todas as vossas necessidades! Ide em paz!” (JSG)

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