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Papa convida cristãos à sincera conversão e à cristianização do matrimônio, na abertura do Sínodo dos Bispos

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 08-10-2012, Gaudium Press) Dar um novo impulso no anúncio do Evangelho, com nova força no mundo secularizado, é o objetivo da Igreja Católica com a Assembleia Sinodal que foi aberta ontem pelo Santo Padre junto com todos os 262 Padres Sinodais e que foi dedicada ao tema “A nova evangelização para a transmissão da fé cristã”.

Na celebração solene Bento XVI anunciou também dois novos Doutores da Igreja: São João de Ávila e Santa Hildegarda de Bingen. Na homilia o Papa concentrou-se no tema da substância do anúncio, da santidade e da família.

“A Igreja existe para evangelizar”. Nestas simples palavras, o Santo Padre afirmou a missão fundamental da Igreja para toda a “communio” e em modo individual.

Partindo da dimensão cristológica da evangelização, salientou que “a evangelização, em todo tempo e lugar, teve sempre como ponto central e último Jesus, o Cristo, o Filho de Deus (cf. Mc 1,1); e o Crucificado é por excelência o sinal distintivo de quem anuncia o Evangelho: sinal de amor e de paz, chamada à conversão e à reconciliação. Sejamos nós, Venerados Irmãos, os primeiros a ter o olhar do coração dirigido a Ele, deixando-nos purificar pela sua graça”.

Depois de séculos de uma fé fervente o Ocidente está enfrentando os novos desafios da secularização e do individualismo que mudaram o estilo de vida também dos cristãos. O objetivo do Sínodo que ontem foi inciado é “ajudar essas pessoas a terem um novo encontro com o Senhor, o único que dá sentido profundo e paz para a nossa existência; para favorecer a redescoberta da fé, a fonte de Graça que traz alegria e esperança na vida pessoal, familiar e social”.

Família e Matrimonio

O Papa, refletindo o Evangelho do dia, falou muito sobre a crise da família e do matrimônio que está ligada à crise da fé.

“O matrimônio, justamente nas regiões de antiga tradição cristã, está passando por uma profunda crise. Não é uma coincidência. O matrimônio está ligado à fé, não num sentido genérico. O matrimônio se fundamenta, enquanto união do amor fiel e indissolúvel, na graça que vem do Deus Uno e Trino, que em Cristo nos amou com um amor fiel até a Cruz. Hoje, somos capazes de compreender toda a verdade desta afirmação, em contraste com a dolorosa realidade de muitos matrimônios que, infelizmente, acabam mal. Há uma clara correspondência entre a crise da fé e a crise do matrimônio. E, como a Igreja afirma e testemunha há muito tempo, o matrimônio é chamado a ser não apenas objeto, mas o sujeito da nova evangelização”.

Chamado à Santidade

Um outro aspecto fundamental no tema da nova evangelização, salientado pelo Papa foi o chamado universal à santidade que se exprime em modo significativo nas figuras dos santos. Bento XVI os chamou de “verdadeiros protagonistas da evangelização em todas as suas expressões”, assim como, de “pioneiros e impulsionadores da nova evangelização” porque o próprio testemunho da vida mostra “às pessoas, indiferentes ou mesmo hostis, a beleza do Evangelho e da comunhão em Cristo; e convidam os fiéis, por assim dizer, tíbios, a viverem a alegria da fé, da esperança e da caridade; a redescobrirem o “gosto” da Palavra de Deus e dos Sacramentos, especialmente do Pão da Vida, a Eucaristia”.

Indiferentismo e Nova Evangelização

Aquele gosto que também deve ser redescoberto por muitos cristãos. O Papa na homilia falou também sobre o indiferentismo religioso que toca muitos cristãos. “O olhar sobre o ideal da vida cristã – observou – expressado no chamado à santidade, nos encoraja a ver com humildade a fragilidade de muitos cristãos, antes, o seu pecado, pessoal e comunitário, que se apresenta como um grande obstáculo para a evangelização; e nos encoraja a reconhecer a força de Deus que, na fé, vem ao encontro da fraqueza humana”. Com esta observação, Bento XVI afirmou que é necessária “uma disposição sincera de conversão” sem a qual não é possível a nova evangelização.

“Deixar-se reconciliar com Deus e com o próximo (cf. 2 Cor 5,20) é a via mestra da nova evangelização. Só purificados, os cristãos podem encontrar o legítimo orgulho da sua dignidade de filhos de Deus, criados à Sua imagem e redimidos pelo sangue precioso de Jesus Cristo, e podem experimentar a sua alegria, para compartilhá-la com todos, com os de perto e os de longe”, concluiu a homilia o Papa. (AA/JS)

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