Papa fala no Ângelus de Corpus Christi sobre a crise econômica e prega pelos famintos

Cidade do Vaticano (Segunda, 15-06-2009, Gaudium Press) “O ‘Corpus Christi’ é uma manifestação divina, um testamento de que Deus é amor”. Assim explicou Bento XVI o significado da solenidade de Corpus Christi, realizada na quinta-feira após o Domingo da Santíssima Trindade, que por sua vez é celebrado no domingo seguinte ao de Pentecostes. Na Itália, porém, e em diversos países, por não ser considerada feriado nacional, a festa de Corpus Christi é celebrada “duplamente”, na quinta-feira e no domingo.

O Papa falou que a festa “é um dia que envolve a dimensão cósmica, o céu e a terra”. Bento lembrou ainda que a Corpus Christi, quando se celebra a Eucaristia, o Corpo de Cristo, está ligada à Páscoa e às festas de Pentecostes e da Santíssima Trindade – a morte e ressurreição de Jesus e a efusão do Espírito Santo.

O amor divino revelado em Jesus Cristo e em seu sacrifício na cruz e na Eucaristia transforma o mundo, disse Bento XVI. “Sim, o amor existe, e já que existe, as coisas podem mudar para melhor e nós podemos esperar. É a esperança que provém do amor de Cristo para nos dar a força de viver e de enfrentar as dificuldades”, sublinhou o pontífice.

Bento XVI falou especialmente sobre as centenas de milhões de pessoas que padecem de fome. Ele lembrou que Nova York sediará nos próximos dias (de 24 a 26 de junho) a Conferência das Nações Unidas sobre a crise econômica e financeira e sobre o seu impacto sobre o desenvolvimento e desejou aos participantes do encontro “espírito de sabedoria e de uma humana solidariedade” para reaprumar a dignidade humana.

“Invoco sobre os participantes da Conferência, bem como sobre os responsáveis pela coisa pública e pelas sortes do planeta, o espírito de sabedoria e de solidariedade humana, a fim de que a atual crise se transforme em oportunidade, capaz de favorecer uma maior atenção à dignidade de toda pessoa humana e promover uma equânime distribuição do poder de decisão e dos recursos, com atenção particular para o número, infelizmente sempre crescente, dos pobres”.

O pontífice recordou ainda que na próxima sexta-feira, solenidade do Sagrado Coração de Jesus – Dia de Santificação dos Sacerdotes – terá início o Ano Sacerdotal por ele convocado, por ocasião dos 150 anos de morte do Santo Cura D’Ars, patrono sacerdotal.

Ao final, como de praxe, o Papa saudou os fiéis reunidos na Praça de São Pedro em diversas línguas.