Gaudium news > Tribunal Penal Internacional para Ruanda condena ex-dirigente por genocídio

Tribunal Penal Internacional para Ruanda condena ex-dirigente por genocídio

Kigali (Terça, 22-06-2009, Gaudium Press) Nesta segunda-feira, juízes do Tribunal Penal Internacional para Ruanda da Corte de Haia condenaram o diretor de Gabinete do Ministério do Interior ruandês em 1994, Callixte Kalimanzira, a 30 anos de prisão pelos crimes de “genocídio e incitação ao genocídio”.

Hoje com 54 anos, ele teria sido um dos responsáveis, indiretamente, pelo massacre de pessoas da etnia minoritária tutsi há 15 anos. Segundo o Tribunal, o dirigente, ainda que não tenha ordenado ou executado pessoalmente o massacre, teria incentivado os tutsis a se reunirem na colina de Kabuye “mesmo sabendo que milhares deles seriam mortos”.

“Em 23 de abril de 1994, Kalimanzira veio a Kabuye, acompanhado de soldados e policiais. Os refugiados tutsis tinham, até então, repelido os ataques com paus e pedras, mas não podiam resistir às balas”, relatou o juiz Dennis Byron.

O massacre de Kabuye, como ficou conhecido, durou vários dias e foi “uma enorme tragédia humana” – ressaltou o juiz, ressaltando que Kalimanzira “tinha a intenção de destruir, total ou parcialmente, o grupo étnico tutsi como tal”.

Kalimanzira foi preso em 2005 e se declarou inocente dos crimes que lhe foram imputados. O Tribunal Penal Internacional para Ruanda já julgou 38 acusados pelo genocídio de 1994; destes, apenas seis foram absolvidos.

Criado por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU em novembro de 1994, o Tribunal Penal Internacional para Ruanda tem como missão buscar e julgar os principais responsáveis pelo genocídio em Ruanda, que deixou um saldo, segundo a ONU, de cerca de 800 mil mortos entre a minoria tutsi e os hutus moderados.

 

 

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas