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Bispos de Honduras estão preocupados com instabilidade do país

Tegucigalpa (Terça, 23-06-2009, Gaudium Press) Na conclusão, no último sábado, de sua 2ª Assembleia Plenária de 2009, os bispos de Honduras divulgaram um comunicado em que analisam a situação do país e exprimem grande preocupação com a polarização política, a violência e a pobreza que atingem o tecido social da nação.

No texto, os prelados pedem ao presidente e aos responsáveis políticos que encontrem por meio do diálogo e da negociação uma solução a isso que a imprensa local chamou de “a quarta urna”. A expressão faz alusão ao fato de que o presidente da República, Manuel Zelaya, gostaria, no curso das eleições de novembro próximo, de disponibilizar uma “quarta urna”, na qual os cidadãos poderiam escolher se aprovam ou não a convocação de uma assembleia constituinte para redigir uma nova Carta para o país – a atual Constituição de Honduras foi promulgada em 1982 e é considerada “ultrapassada” em muitos aspectos por setores do governo.

A proposta deu origem a um intenso e agressivo debate, e acabou rachando o país em dois, com posições fortemente contrastantes. A despeito da opção que no final será escolhido, “preferivelmente com amplo consenso”, os bispos afirmam que “deve se garantir ao povo a regulamentação de fontes constitucionais como o plebiscito e o referendo de tal forma que, junto à lei para a participação cidadã, o próprio povo seja consultado em todas as questões de grande importância”.

O pedido é feito após as graves tensões dos últimos dias causadas pelos intensos confrontos dos partidos, pelas eleições de juízes para a Suprema Corte de Honduras e também por rumores de golpe de estado. Os bispos afirmam ainda que a democracia em Honduras está ameaçada por crescente os problemas sociais, como a pobreza e a violência,a diminuição dos recursos financeiros do Estado, o desemprego, a esclada do crime organizado e do narcotráfico, sem “subvalorizar a perda de força dos valores morais e religiosos”.

Por este conjunto de problemas que afetam a nossa democracia, todas as pessoas, de alguma forma, devem sentir-se responsáveis: os poderes do Estado, as suas instituições e organismos, os partidos políticos, os grupos de poder nacionais e transnacionais. Em suma, todos aqueles que fazem parte da sociedade hondurenha somos responsáveis, em particular quando se há um comportamento de passividade ou indifenreça frente aos perigos que ameaçam a nossa frágil democracia, frequentemente mais eleitoral e representativa que participativa”, afirmam os bispos no texto.

 

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