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As tábuas do presépio: tesouro espiritual preservado na Cidade Eterna

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Roma – Itália (Segunda-feira, 23-12-2013, Gaudium Press) A Basílica de Santa Maria Maggiore, uma das quatro Basílicas papais de Roma, da qual se diz que foi a própria Virgem que inspirou sua construção através de um sonho tido pelo Papa Libério e o patrício João, mantém em seu interior um grande tesouro de incalculável valor espiritual, e que, neste momento, com a celebração do Natal, recebe uma veneração especial dos fiéis romanos e peregrinos da Cidade Eterna.

Trata-se das “Tábuas do Presépio”, um relicário que contêm pedaços de madeira que segundo a tradição pertencem ao presépio onde a Virgem Maria colocou o Menino Jesus, e que hoje é venerada no altar central em frente à imagem da Confissão de Pio IX, e que foi feita de cristal em forma de berço sobre a qual está uma bela imagem do Divino Infante deitado, obra de Giuseppe Valadier.

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A história deste relicário começa quando o Papa Sisto III, no ano 432, desejando que se recriasse um presépio em memória ao nascimento do Salvador do mundo, ordenou a construção na primitiva Basílica de uma “Gruta da Natividade” idêntica à de Belém.

Numerosos fiéis, após peregrinar à Terra Santa e retornar à Roma, traziam como oferta de gratidão preciosos fragmentos da madeira da qual se acredita fazer parte do “Berço Santo” do Menino Jesus. Relíquias que permaneceram na santa gruta e que os pontífices conservaram por anos, agregando elementos de valor artístico, como a representação escultural que em 1288 o Papa Nicolau IV encarregou Arnolfo di Cambio de executar.

Durante o pontificado de Gregório XI, as relíquias foram colocados em um tabernáculo, e em 1590 o Papa Sisto V ordenou a construção de uma grande Capela do Santíssimo Sacramento, pedindo que ao arquiteto Domenico Fontana transladar para lá a “Gruta da Natividade”, e junto dela o “Santo Berço”.

Infelizmente, durante os trabalhos de reconstrução da Basílica, quando se realizou a fachada principal do templo no século XVIII, o relicário foi destruído, realizando-se um novo, que acabou sendo roubado pelas tropas de Napoleão durante a ocupação de Roma ocorrida em 1798.

Mas, graças à doação da Embaixadora de Portugal, Maria Amanuela Pignatelli, foi realizado o relicário que preserva hoje as tábuas de madeira do berço do Menino Jesus.

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Antigamente, durante as celebrações de Natal, o “Santo Berço” era exposto na nave central da Basílica para veneração dos fiéis, mas devido a deterioração que com o tempo as peças sofreram, hoje só são expostas para a Missa do Galo. Embora isso não impeça que os peregrinos de as venerarem durante o ano, no altar diante da imagem de Pio IX. (GPE/EPC)

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