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Catacumbas de cristãos são descobertas no Japão

Taketa – Japão (Sexta-feira, 17-01-2014, Gaudium Press) Um descendente dos cristãos que sofreram perseguição no Japão, Goto Atsusi, descobriu há três anos, uma expressão particular da Fé em meio às dificuldades. Os crentes que protagonizariam o chamado milagre do oriente em 1865, por haver conservado sua Fé sem a presença da Igreja por mais de 200 anos, talharam verdadeiras catacumbas a céu aberto no meio das florestas da região. Até hoje foram encontradas oito capelas escavadas na rocha só na região de Taketa e suspeita-se da existência de uma centena, como observou o jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano.catacumbas_de_cristao_japao.jpg

A Fé Católica chegou ao Japão com o heroico missionário São Francisco Xavier, em 1549. Passados 60 anos, o florescimento da Igreja foi brutalmente detido pela perseguição do Shogun (líder militar do país) que foi semelhante em crueldade à realizada no Império Romano contra os primeiros cristãos. A terrível violência desencadeada se somou ao que parecia acabar com a Fé no país: o isolamento total do território, o que efetivamente impediu a chegada de sacerdotes e bispos, e a pregação do Evangelho.

Muitos crentes deram suas vidas ou se viram obrigados a abandonar publicamente a Fé, enquanto outros conseguiram se esconder e manter sua Fé, comunicando-se de pai para filho, apesar das graves limitações. A comunidade dos crentes, conhecidos como Kakure Kirishitan (cristãos ocultos), conseguiu preservar seu conhecimento da Fé rezando em segredo, representando a Cristo e a Virgem Maria em imagens de aparência estética budista e, como revelam as recentes descobertas, criando lugares de culto em cavernas no meio dos bosques. As orações cristãs tomaram a forma de cânticos parecidos aos budistas, enquanto que suas cartas conservavam palavras em latim, espanhol e português diretamente preservados dos primeiros evangelizadores.

Infelizmente, apenas cerca de 300 cristãos vivem hoje em Taketa, dos quais apenas alguns são católicos e viajam mais de uma hora entre as montanhas para participar da Santa Missa, no último templo na região. A comunidade católica mais numerosa esteve presente na cidade de Nagasaki, onde habitavam dois terços dos fiéis em todo o país em 1945. Por causa da explosão da bomba atômica precisamente nessa cidade, a presença católica foi severamente reduzida. Atualmente os católicos japoneses somam mais de meio milhão de pessoas, em meio de uma população total de 126 milhões de habitantes. (GPE/EPC)

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