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São José de Anchieta e seus Poemas Eucarísticos

Redação – (Sexta-feira, 25-04-2014, Gaudium Press) – Na Cidade Eterna, na Igreja de Santo Inácio, pertencente aos Jesuítas, foi celebrada uma Missa de Ação de Graças pela recente canonização de São José de Anchieta. A Celebração Eucarística foi presidida pelo Papa Francisco.

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O Apóstolo do Brasil tinha constantemente presente em sua ação missionária a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sempre e em tudo.

A vida do Salvador, seus atos, sua doutrina e exemplos, sua cruz, seus sofrimentos e alegrias, sua misericórdia: tudo era lembrado, descrito, cantado pelo “missionário poeta” para conduzir as almas a Jesus.

A Sagrada Eucaristia era o centro de tudo e era para onde tudo convergia. Alguns trechos de poemas escritos pelo santo que fez cristão o Brasil e que o Brasil fez brasileiro revelam onde ele tinha colocada sua atenção, alma e coração.

Seus Poemas Eucarísticos, falam da infinita misericórdia de Deus que se encontra na origem da paixão, morte e ressurreição do Senhor. Eles podem muito bem ser instrumentos de uma nova evangelização em nossos dias, como mostram os trechos aqui transcritos:

Narrando a última ceia e a instituição da Eucaristia diz:

Foi quando o próprio pão, em jantar derradeiro,
Comendo, aos seus irmãos deu-se a comer inteiro.
Pulsem os corações com tão rico presente
E transborde o louvor a voz que canta e sente!
Pela primeira vez chega o grande momento:
É posto à mesa régia o célico alimento.

E a Eucaristia é fruto da infinita misericórdia de Deus. Para salvar o homem, o Deus-Todo Poderoso não hesitou em humilhar-se a si mesmo. O Filho de Deus assume a condição mortal, torna-se “servo dos servos” e morre por nós “em duro pau de cruz”:

Em tudo igual a ti, veio em corpo mortal
A lavar nosso crime extirpar nosso mal,
Enfrentar por vontade um cruel sofrimento,
E arrostando a cruz o horroroso tormento,
Com sua morte atroz, restaurar a amizade.

Crucificado, Cristo restabelece a comunicação entre os homens e Deus. Sua Ressurreição e Ascensão aos céus prepara as “celestiais moradas” para os homens que buscam Deus e o seu Reino:

O teu sangue em caudais tu por mil derramaste:
Pois tu com preço tal, sozinho me compraste.
Vida inocente dás, para não me perder:
Para comprar o morto aceitas o morrer.
E em mim possas viver só e sempre em guarida,
Pois tua morte foi causa de minha vida!

E Cristo deixa o “próprio corpo” como novo alimento que deve acompanhar esse homem liberto do pecado no seu caminhar histórico:

O novo rei do céu dá na ceia a seus povos
Com dadivosa mão estes manjares novos.
A nova páscoa finda a do antigo cordeiro,
E cede à nova lei o código primeiro.
Ao real cede a sombra, ao recente a demora,
Foge rápida a noite ao ressurgir da aurora

A ressurreição e ascensão de Cristo são ainda fonte de mais misericórdia. Ele volta ao Pai e não abandona o homem para quem seu sangue comprou a libertação: Ele ficou na terra como “fonte de água viva”, alimento perene na caminhada, companhia constante na jornada:

Vais e ficas, deixando o maior dom terrestre,
Teu corpo, ó Cristo, que é o penhor de que ama.
Ó verdadeiro amor, benigníssima chama,
Que és para os bons, Jesus, compaixão infinita!

São José de Anchieta,

Rogai pelo país que criastes, rogai por nós! (JSG)

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