Capelão de unidade carcerária em Roma convida Bento XVI para visita à prisão

Roma (Quinta, 13-08-2009, Gaudium Press) O capelão e coordenado do clexo carcerpario de Rebibbia, em Roma, padre Sandro Spriano, enviou hoje um telegrama ao Papa Bento XVI no qual convida o pontífice a conhecer as instalações e as condições em que vivem os presos das prisões da cidade. A carta também foi publicada no jornal Corriere della Sera.

Na mensagem, padre Spriano diz ter um “sonho” de que o pontífice visite o complexo de Rebibbia no dia 15 de agosto, Festa da Assunção de Maria – o que, dada agenda de Bento XVI, praticamente inviabiliza a visita papal.

“Caro Bento XVI, tenho um sonho: que você, na manhã de 15 de agosto, se apresente em Rebibbia, sem escolta e sem distintivos, para celebrar a solenidade da Assunção”, afirma de forma direta o capelão.

No texto-denúncia, o padre imagina como seria um diálogo entre ele e o pontífice pelos corredores do complexo. “Quantos detentos são hóspedes neste departamento? Cerca de 400, Santo Padre; e em todo o instituto, 1.600”.

“Estes são os corredores e os quartos, onde os ‘hóspedes’ passam pelo menos 20h por dia, imóveis. Quatro detentos em celas destinadas a dois; oito em celas para quatro” denuncia padre Spriano.

Em determinado trecho da carta, o capelão informa o pontífice que faltam agentes policiais para trabalhar no local, já que “somente 20 mil” dos “45 mil da força do DAP” (Departamento de Administração Penitenciária) “prestam serviços em cárceres”.

O religioso também faz um apelo aos cristãos para que “rezem pelos que estão presos” e “deem espaço em nossas casas, no trabalho e na cidade àqueles que deixam o cárcere após terem cumprido sua pena”. “O acolhimento fraterno aumentará muito a nossa segurança e a nossa liberdade”, acredita o capelão Spriano.

Para verificar a situação das prisões italianas, um grupo de 153 parlamentares visitará 158 dos 221 estabelecimentos penais do país, de 14 a 16 de agosto. A iniciativa foi lançada pela deputada Rita Bernardini, do Partido Democrata, oposicionista ao governo Berlusconi.