Assunção encerra ciclo de solenidades em torno da Virgem Maria, afirma Bento XVI em missa

Castel Gandolfo (Segunda, 17-08-2009, Gaudium Press) A celebração da Solenidade da Assunção da Virgem Maria pelos Papas em Castel Gandolfo remonta a uma velha tradição. Neste dia, o pontífice se encontra em férias nos Castelos e, portanto, festeja a data com a comunidade de Castel Gandolfo. Embora a Assunção tenha uma antiga origem no cristianismo, na Igreja Católica o dogma foi instituído há não muito tempo – em 1950, pelo Papa Pio XII, por meio do motu próprio “Munificentissimus Deus”, segundo o qual foi “proclamado na fé dos cristãos que Maria foi elevada em corpo e alma à glória celeste”.

A Festa da Assunção aconteceu este ano em uma atmosfera muito familiar, de forma muito tradicional e, como sempre, cedo pela manhã. Primeiro o pároco de Castel Gandolfo vai à residência papal receber o pontífice. Em seguida, como em uma procissão, ambos fazem o caminho até a igreja paroquial pontifícia. Bento XVI percorreu a pé todo o caminho desde o Palácio Apostólico até a igreja, saudando as pessoas pelo caminho, em uma rara ocasião em que os fiéis têm a oportunidade de ver o Papa mais de perto.

Como todo ano, Bento XVI celebrou a missa reservada para os paroquianos e a família pontifícia na principal igreja paroquial de Castel Gandolfo, São Tomás de Villanova. O pontífice presidiu a cerimônia com a sua mão direita ainda engessada devido à queda ocorrida em julho no Vale d’Aosta.

Na homilia, dedicada integralmente ao significado da solenidade, o Santo Padre apresentou Maria como “estrela que nos guia ao seu Filho, Jesus”. De acordo com Bento XVI, todos os momentos da vida de Maria que celebra a Igreja Católica – a Imaculada Conceição, a Anunciação, a Divina Maternidade e a Assunção – são “etapas fundamentais para todos os católicos sobre como viver a sua fé e relação com Deus”.

Maria expressa a pureza e a beleza da criação, observa o Papa. “Aquele desígnio comprometido, mas não destruído pelo pecado, através da encarnação do Filho de Deus anunciada e realizada em Maria, foi recomposto e restituído para a livre aceitação do homem na fé”, disse Bento XVI.

“Na Assunção de Maria, contemplamos, afinal, isso que somos chamados a buscar no rastro de Cristo e na obediência à sua palavra, ao final do nosso caminho sobre a terra.”

A igreja paroquial de Castel Gandolfo é muito pequena, de forma que podem entrar somente alguns poucos peregrinos, escolhidos primordialmente entre os paroquianos. Pela primeira vez, o coro paroquial não cantou na missa, mas sim um coro masculino do Liceu Musical dos Salesianos na Polônia, convidado pelo próprio pároco local, o polonês dom Waldemar Niedziolka.

Por conta da Festa da Assunção, o Papa se encontrou duas vezes com os fiéis. Primeiro durante a missa, depois, ao meio-dia, para recitar uma excepcional oração mariana do Ângelus, que, além do domingo, é rezada também no sábado por conta da solenidade de Maria. Na ocasião, o Papa voltou a falar de Maria, como “Estrela da Esperança”, e sobre o Ano Sacerdotal e a figura do Santo Cura d’Ars.

Ao final, nas tradicionais saudações em diversas línguas, declarou:

“Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, a quem agradeço a presença e a união na oração do “Angelus”, neste dia de Nossa Senhora da Assunção. Ela aponta-nos a meta do Céu, ensinando-nos que o destino do homem não se esgota no tempo, mas completa-se na Vida Eterna, junto de Deus. Esta mensagem encha os vossos corações de alegria e de esperança que vos desejo com a minha Bênção Apostólica.”

“Saludo con afecto a los peregrinos de lengua española. La Iglesia celebra hoy la Solemnidad de la Asunción de la Virgen María. Con esta fiesta los cristianos reconocemos agradecidos la especial complacencia que Dios tiene hacia la Madre de su Hijo, que en este día la vemos coronada de gloria y esplendor. Pidamos, por la poderosa intercesión de la Santísima Virgen, poder vivir en todo momento apoyados en la gracia y alcanzar como ella el premio de la gloria celeste. Muchas gracias.”