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Católicos no Vietnã lamentam remoção de templo

Hanói (Terça, 25-08-2009, Gaudium Press) Um impasse entre as autoridades de Hanói, no Vietnã, e os católicos da diocese de Vinh (no centro do país) pelo uso das ruínas da igreja de Tam Toa chegou ao fim no último dia 20, quando retroescavadeiras aplainaram os últimos vestígios do prédio sagrado, deixando apenas a torre do sino em pé.

Dias antes, no dia 17 de agosto, Ngau Bui Xuan, vice presidente do Comitê Popular de Dong Hoi, havia emitido um decreto ordenando a conversão da igreja de Tam Toa em um parque público.

A nota é similar a outras emitidas nos casos da antiga nunciatura de Hanói e da igreja de Thai Ha. Em todas as três ocasiões, os católicos solicitavam a devolução, para os donos de direito, da terra que o governo – depois elas foram requisitadas como bens públicos – queria usar como lote para especulação imobiliária. Em face às resistências dos católicos, o governo decidiu mudar o destino da terra e transformá-la em parque público.

Na defesa do uso sagrado da igreja de Tam Toa, os católicos foram agredidos, presos, e roubados, informa a agência de notícias AsiaNews. Dois padres foram hospitalizado. Centenas de milhares de fiéis fizeram vigílias e protestos pacíficos.

A Igreja de Tam Toa está localizada em um cenário deslumbrante. Pe. Claude Bonin, que a construiu em 1887, escolheu uma colina às margens do rio Nhat Le, pensando que seria mais fácil para os católicos acederem ao local usando botes. Com o desenvolvimento econômico e habitacional da cidade (Dong Hoi), a região se tornou uma das área mais caras.

A cobiça de quadros do partido levou-os primeiro a determinar que os restos da igreja deveriam servir como um memorial de guerra (a igreja foi bombardeada pelos americanos nos anos 60). Uma vila turística também estava para ser construída ao redor das ruínas do prédio sagrado.

No ano passado, escavadeiras do governo já haviam aberto uma enorme clareira ao redor de Tam Toa e muitos apartamentos de luxo foram construídos por membros do governo local. Dias atrás, após o decreto que transforma o local em um parque público, a construção foi terminada.

De acordo com testemunhas, as autoridades de Hanói, preocupadas com o a publicidade que o caso estava tendo dentro e fora do país, decretou que a torre deveria também ser demolida. As autoridades locais queriam preservá-la como um ornamento elegante em uma futura vila turística, ainda que concordassem com o governo de Hanói em extirpar todos os traços do catolicismo da região, diz a agência. O escritório da diocese de Vinh protestou contra o decreto, mas em vão.

Na Festa da Assunção de Maria, no dia 15 de agosto, pelo menos 200 mil pessoas teriam se reunido em Xa Doi, localidade vizinha a Dong Hoi, para uma missa. Mas outras 500 mil também teriam sido detidas pela polícia, que temia novas pressões contra o governo. Aqueles impossibilitados de alcançar Xa Doi para a celebração decidiram então celebrar a Missa às margens da rodovia, na Highway nr.1. A mídia estatal descreveu o gesto como “ilegal” e como incitador de “desordem publica”, mas para os moradores da região foi “uma cena maravilhosa, nunca vista até então”.

 

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