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Monsenhor Vegliò responde a declarações de ministro italiano sobre imigração

Cidade do Vaticano (Quarta, 26-08-2009, Gaudium Press) O presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, monsenhor Antonio María Vegliò, respondeu ontem às declarações do ministro da Simplificação Legislativa da Itália, Roberto Calderolli, sobre a posição do Vaticano após a morte de 73 clandestinos que tentavam entrar ilegalmente na Itália no último fim de semana.

Calderolli havia dito que as declarações de monsenhor Vegliò não refletiam a posição do Vaticano sobre o tema. Em recente entrevista a Radio Vaticana sobre o naufrágio, o presidente do Pontifício Conselho tinha manifestado o “direito humano de ser acolhido e socorrido” e o direito dos imigrantes de fugirem da fome e pobreza para outros países, ponderando, no entanto, que “é importante vigiar as rotas marítimas e tomar iniciativas humanitárias e legítimo o direito dos Estados de gestar e regular as migrações”.

Para Calderolli, do partido situacionista Liga Norte, manifestações como a de monsenhor Vegliò estão na base das motivações que levam os imigrantes ilegais a entrarem nos barcos e morrerem vítimas de naufrágios.

“Tenho a grande honra de fazer declarações em nome da Santa Sé. Nunca fui retificado pela Santa Sé e nem pela Conferência Episcopal Italiana”, declarou ontem em resposta o presidente do Pontifício Conselho da Pastoral responsável pelos Migrantes. “Talvez o senhor ministro estivesse pensando em outras situações ou se referisse a outra pessoa”. Monsenhor Vegliò qualificou de “inaceitáveis e ofensivas as declaração do ministro, quase me responsabilizando pela morte de muitos pobres seres humanos, engolidos pelas águas do Mediterrâneo”.

“Minha declaração partia só de um fato concreto, trágico: a morte de muitas pessoas, sem acusações, mas apelando à responsabilidade de todos”.

A discussão entre o Vaticano e o partido Liga Norte começou depois que seu fundador, Umberto Bossi, qualificou a comparação feita pelo jornal da Conferência Episcopal Italiana, “Avvenire”, da tragédia das mortes de imigrantes ilegais com os trens de judeus no Holocausto nazista tinha “pouco sentido”.

Segundo Bossi, foram “palavras com pouco sentido as dos bispos. Que as portas as abram o Vaticano. Seja ele a dar o bom exemplo”, ironizou.

 

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