Igreja chilena prepara grande transposição de obra para o bicentenário de independência do país

Santiago (Quinta, 27-8-2009, Gaudium Press) Diversas fontes da Igreja no Chile destacaram nessa semana a realização de um texto dramático sobre a história do país como presente para o bicentenário de independência do Chile, comemorado no ano que vem. A iniciativa surgiu em meados de 2007 por alguns bispos locais, que lançaram a ideia de oferecer um esse presente simbólico a todos os chilenos por conta da celebração dos 200 anos de vida independente.

A autoria da composição ficou a cargo do poeta e sacerdote Joaquín Alliende, fundador do departamento de teatro religioso da Universidad del Chile e membro da Real Academia da Língua. Alliende atualmente mora em Königstein, Alemanha, país onde trabalha como capelão da organização internacional “Ajuda à Igreja que sofre”.

O trabalho foi intitulado “Maipú Campana”, já está finalizado e – como afirma padre Alliende – pretende converter-se “em uma composição que misture o drama, o balé e a orquestra”. A trama toma como ponto inicial a criação geográfica do Chile (tendo como inspiração o livro do Gênesis) e se divide em quatro momentos: a guerra de Arauco, o processo de Independência, a guerra civil de 1891 e o golpe militar de 11 de setembro de 1973. Todos estes eventos se cruzam com a imagem da Virgem do Carmo, padroeira do país, protagonista da obra.

“A obra tem essa visão do estrangeiro em relação ao país porque já tenho 10 anos fora do Chile. Essa ausência se expressa em um verso carregado e em uma rima excessiva, um pouco como o rap”, diz o padre, que terminou de escrever a obra recolhido em um sanatório nos bosques da Bohemia austríaca, onde se recuperava de um acidente.

A Igreja chilena já formou uma comissão de empresários para patrocinar a encenação da obra, que deverá acontecer na esplanada do Templo Votivo, localizado na comuna de Maipú, mesmo lugar onde se deu a independência. A estreia da obra está programada para o dia 7 de novembro de 2010, um domingo, e as apresentações se efetuarão durante a segunda semana do mesmo mês. A entrada será gratuita. O episcopado do país calcula que a encenação poderá ser vista por 2500 pessoas.