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Igreja chilena pede paz no sul do país em cerimônia do dia de Oração pelos Povos Originários

Santiago (Terça, 01-09-2009, Gaudium Press) A Igreja chilena celebrou neste domingo o dia de Oração pelos Povos Originários, na Catedral Metropolitana de Santiago, cerimônia presidida pelo monsenhor Fernando Chomalí, bispo auxiliar da arquidiocese de Santiago. Representantes da pastoral mapuche – povo indígena do sul do país – e de outras comunidades indígenas participaram do evento, que também contou com a presença do secretário geral da presidência da República, José Antonio Viera-Gallo.

Em sua homilia, o prelado recordou a intensificação do conflito mapuche na região de La Araucanía e pediu a Deus para que “se priorize o diálogo, o bom espírito e o anseio da busca sincera da verdade como requisito para que exista autêntica e justa solução para este conflito que nada pretende”.

Assinalou ainda que as políticas públicas não podem ‘prescindir da cultura dos povos originários’, mas, na verdade, devem assumi-la ‘em toda sua riqueza e profundidade’ e somente por meio desse reconhecimento ‘será possível uma harmoniosa convivência e o fim da violência que impede o desenvolvimento dos povos, o bem estar econômico e espiritual e o fomento à cultura de paz”.

O membro da comunidade pastoral dos Povos Mapuches de Santiago, Abelino Quilanqueo Antilef, disse, ao final da cerimônia, que o povo mapuche se encontra ‘muito dolorido pelos últimos atos’ ocorridos semanas atrás e afirmou que seu povo ‘quer a paz (…) nossos irmãos mapuches do sul e os de Santiago não são pessoas terroristas nem violentas. Só queremos as terras usurpadas de nossos irmãos’.

O representante do governo federal, por sua vez, afirmou à imprensa que ‘a Igreja Católica e as Igrejas Evangélicas têm um grande papel. São um ponto de nexo, um contato com o mundo indígena por meio de uma ação pastoral que levam há muito tempo entre os povos originários, tanto em La Araucanía como em outras zonas do país’.

Invasões

Desde a volta da democracia no Chile – no início da década de 1990, depois da queda da ditadura de Pinochet – os índios mapuche vem requerendo o direito a terras que seriam de seus ancestrais por meio de invasões de terrenos, atualmente de propriedade privada. No início de agosto, um líder mapuche foi morto durante um confronto com a polícia por conta da ocupação de um prédio.

 

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