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Episcopado paraguaio sai em defesa de população que disputa latifúndio na região do Chaco

Assunção (Terça, 22-09-2009, Gaudium Press) A disputa por terra entre os habitantes de Porto Casado, localidade da região do Chaco paraguaio, e a seita Moon ganhou ontem o apoio da Igreja Católica no país, através de um comunicado emitido pelos bispos paraguaios pedindo uma ‘reflexão serena, efetiva e construtiva sobre as demandas dos habitantes’.

Hoje os moradores chegaram a bloquear uma ponte sobre o rio Paraguai, nos arredores de Assunção, como protesto contra a seita, acusada pelos moradores de impedir sua permanência em uma área de 30 mil hectares que seria o terreno do antigo ‘Porto Carlos Casado’, e também para pedir a atenção do presidente Fernando Lugo.

No texto, os bispos pedem às autoridades paraguaias uma ‘pronta solução’ para o problema de terra na região e também ‘cidadania para que se tenha consciência das reclamações’ e, por consequência, opinião sobre o caso.

“Se impõe, desde logo, adotar uma postura positiva a fim de acompanhar com espírito humanista e cristão a estes cidadãos. A dignidade da pessoa humana deve ser promovida independentemente dos interesses setoriais”, diz o documento.

O episcopado paraguaio recorda que o compromisso da Igreja Católica é ‘companhar o povo’ em suas necessidades e aspirações. “Não lhe move nenhum interesse sociopolítico, mas as exigências próprias de sua missão evangelizadora, pois o Senhor veio para que os seres humanos tenham vida em abundância”.

Expropriação

Segundo o líder dos manifestantes, Francisco Dick, o Congresso Nacional, durante o governo de Nicanor Duarte (2003-2008), expropriou 52 mil dos 600 mil hectares do terreno comprado pela seita Moon da empresa argentina Carlos Casado. Dick afirma que a transação comercial também envolveu a venda ‘de um povo com 6 mil habitantes’.

“A expropriação não se concretizou por decisão judicial, mas a seita Moon, por meio da empresa Victoria, ofereceu em doação ao governo paraguaio um terreno de 30 mil hectares, mas seria uma área fora do perímetro urbano. Não aceitamos sair da área urbana porque isso significaria um desapego e porque não entendemos como as autoridades podem permitir que se venda um povo e toda sua gente”.

 

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