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Padre Lombardi declara que caso Williamson não pode mais “criar confusão sem motivo”

Cidade do Vaticano (Quarta, 23-09-2009, Gaudium Press) A controvérsia do caso Williamson voltou à tona esta semana mais uma vez no Vaticano. Desta vez o assunto foi retomado por uma emissora de tv sueca, que em uma reportagem sobre o bispo lefebvriano que irá ao ar hoje afirma que o Papa Bento XVI teve conhecimento das declarações de negacionismo do holocausto do bispo Williamson antes de revogar sua excomunhão.

Por conta das declarações antissemitas do bispo Richard Williamson em um programa de tv, a iniciativa de Bento XVI de reinserção da Fraternidade São Pio X, afastada de suas atividades na Igreja por não reconhecer o Concílio Vaticano II e os pontificados dos papas pós-conciliares – dentre eles o do próprio Bento XVI – acabou gerando uma grande polêmica. O Vaticano logo informou que Bento XVI não tinha conhecimento das declarações do bispo contra o holocausto. 

A notícia que circula sobre a exibição hoje de um programa da emissora sueca sobre o caso Williamson, no qual será abordado o que aconteceu depois da excomunhão dos bispos lefebvrianos, em 1988, e o que supostamente se sabia no Vaticano antes da decisão, fez com que padre Lombardi se manifestasse de forma contundente. Segundo ele, “é absolutamente sem fundamento afirmar ou mesmo insinuar que o Papa tivesse sido informado sobre as posições de Williamson. Isso foi negado claramente na nota da Secretaria de Estado do dia 4 de fevereiro, que exprime também da forma clara a radical dissociação do Papa e da Igreja Católica com qualquer posição antissemita ou negacionista do Holocausto”.

“Muitos, seja dentro da Igreja ou fora dela, chegam de tanto em tanto a uma conclusão equivocada, isto é, que a Igreja aprovava opiniões antissemitas e renegava a clara afirmação por parte do Concilio Vaticano II sobre liberdade religiosa, ecumenismo e diálogo interreligioso”, afirmou o bispo de Estocolmo, dom Anders Arborelius, em texto publicado hoje no site da diocese. “O próprio Papa esclareceu que as coisas não eram assim em uma carta aos bispos católicos em março”, continua dom Andres.

Para o padre Lombardi, “a carta aos bispos, do dia 10 de março, colocou um ponto final sobre toda a questão e não há, portanto, motivo para reabri-la. O Papa explicou o sentido da remissão da excomunhão como um gesto para em prol da unidade da Igreja e ao mesmo tempo apresentou a total falta de fundamento das acusações a ele feitas por falta de respeito pelo povo judeu. Também reconheceu com simplicidade os limites na comunicação vaticana interna e externa, e providenciou um novo status à Comissão Ecclesia Dei, justamente para garantir um melhor e mais seguro meio de proceder nas questões relativas às relações com os tradicionalistas”.

Ao final da declaração, o porta-voz disse que “relançar” o caso Williamson “não pode, assim, servir para outra coisa senão que continuar a criar confusão sem motivo”. Como lembrou o arcebispo Arborelius, o “Papa e o Vaticano pediram com clareza que a Fraternidade – para voltar ao seio da Igreja – tomasse distância do negacionismo e pedisse perdão por ter negado o holocausto, além de que reconhecesse o Concílio Vaticano II. Isto ainda não aconteceu, ao menos não no que diz respeito à Williamson”.

 

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