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Em homilia, Papa critica quem vive na tristeza, esquecendo-se da alegria

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 28-03-2017, Gaudium Press) Voltando a celebrar sua Missa matutina na Capela da Casa Santa Marta, o Papa Francisco baseou sua homilia no Evangelho proposto pela liturgia do dia.

O Evangelho narra que um homem que já estava doente por trinta e oito anos estava deitado junto a uma piscina chamada Betesda, em hebraico.

Cegos, coxos, paralíticos e também portadores de outras doenças costumavam ficar deitados próximo à orla da piscina esperando que as águas dela se movessem.

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Foto: Gustavo Kralj-Gaudium Press

Era uma crença generalizada que quando um anjo descia do céu e movimentasse as águas da piscina, o primeiro doente que nela entrasse, assim que suas águas se movessem, ficaria curado de qualquer doença.

Jesus passava por Betesda e viu esse homem ali deitado. Sabendo da situação em que ele se encontrava há tanto tempo, perguntou-lhe: ‘Quer ficar curado?’

Quer ficar curado?

Francisco comentou esse episódio: “É belo, Jesus sempre nos diz ‘Quer ficar curado? Quer ser feliz? Quer melhorar a sua vida? Quer estar cheio do Espírito Santo?’… a palavra de Jesus… Todos os outros que estavam ali – doentes, cegos, paralíticos – disseram: ‘Sim, Senhor, sim!’.

Mas aquele homem de trinta e oito anos de doença, respondeu a Jesus:

‘Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina quando a água é agitada. Quando estou chegando, outro entra na minha frente’.

Era uma resposta-lamentação:

‘Veja, Senhor, como é ruim e injusta a vida comigo. Todos os outros podem entrar e se curar e eu estou doente há 38 anos, mas…’

Árvore de raízes secas: sempre lamentando

O Papa comentou que “Este homem era como a árvore plantada nos braços de um rio – como diz o primeiro Salmo – ‘mas tinha as raízes secas’ e ‘as raízes não tocavam a água, não podiam extrair saúde das águas'”:

“Isto se entende pelo comportamento, pelas lamentações… sempre tentando colocar a culpa no outro: ‘Mas são os outros que vão antes de mim, eu sou um coitadinho que está aqui há 38 anos…”.

Este é um pecado feio, o pecado da preguiça, que é pior do que ter o coração morno, bem pior. É viver, mas ‘viver sem vontade de ir avante, de fazer alguma coisa na vida; é perder a memória da alegria’.

“Este homem não conhecia nem de nome a alegria, a havia perdido. Isto é pecado, é uma doença muito ruim”. ‘Mas eu estou bem assim, me acostumei… A vida foi injusta comigo…’. “Sente-se o ressentimento, a amargura do seu coração”, ainda comentou o Pontífice.

Era sábado…

Mas Jesus não o repreende, mas lhe diz: ‘Levanta-te, pega a tua cama e anda’, lembrou Francisco. O paralítico se cura; mas era sábado, os Doutores da Lei lhe dizem que não lhe é permitido carregar a cama e lhe perguntam quem o havia curado naquele dia. ‘É contra a lei, este homem não é de Deus’. O Paralítico não tinha ainda agradecido Jesus, não lhe havia nem perguntado seu nome. “Levantou-se com a preguiça de quem vive porque o oxigênio é grátis”, disse o Papa.

“Daqueles que vivem sempre vendo que os outros são mais felizes e vivem na tristeza, esquecendo-se da alegria. A preguiça, explicou o Santo Padre, é um pecado que paralisa, que nos deixa paralíticos, que não deixa caminhar. Hoje também o Senhor olha por todos nós; todos temos pecados, mas vendo este pecado, nos diz: ‘Levanta'”:

Conhecer a alegria da Salvação

“Hoje o Senhor diz a cada um de nós: ‘Levanta, pega a tua vida como ela é: boa, ruim, como for, pegue-a e vá adiante. Não tenha medo, vai adiante, com a tua cama’.

‘Mas Senhor, não é o último modelo…’. ‘Vai avante! Com a cama ruim, mas avante!

É a sua vida e a sua alegria!’

“Quer ser curado? – é a primeira pergunta que o Senhor nos faz hoje. ‘Sim, Senhor’. ‘Levanta’.

Francisco recordou a antífona do início da missa, que ele considerou “tão bonito”: ‘Vós, que tendes sede, vinde às águas -são grátis, não há pagamento- vinde e bebei com alegria’. E se dissermos ao Senhor ‘Sim, quero ser curado; sim, Senhor, ajuda-me porque quero me levantar’, saberemos como é a alegria da salvação”. (JSG)

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