Bispo de Arica chega a cidade chilena para dar apoio às vítimas de contaminação por minérios

Arica (Sexta, 02-09-2009, Gaudium Press) O bispo de Arica (Chile), dom Héctor Vargas, visitou, no final de setembro, as vítimas de contaminação por arsênico e chumbo da cidade de Cerro Chuño, que já há alguns dias fazem greve de fome na praça Colón, aos pés da catedral da cidade.

No encontro com as vítimas, o religioso escutou as pessoas que acompanham os pacientes – que adotaram ‘drásticas medidas’ de não ingerir alimentos como forma de exigir atenção das autoridades à suas demandas -, e também pediu atenção a seus vizinhos, que correm risco de contaminação.

O prelado ressaltou, na ocasião, que as famílias vem sofrendo com o problema há cerca de um ano, período em que dom Vargas disse ter mandado solicitações às autoridades para resolver o problema.

O presidente da Conferência Episcopal, dom Alejandro Goic, em recente passagem por Arica, afirmou que o governo chegou a fazer uma proposta às famílias, mas não foi aceita por ‘não satisfazer plenamente suas inquietações’.

“Eu faria um chamado às autoridades pedindo que satisfaçam, senão os 100%, ao menos a maioria das pessoas”, ressaltou dom Alejandro.

Contaminação

O drama vivido pelas famílias é antigo e vem desde 1984, quando a empresa chilena Promel trouxe ao país 21 toneladas de resiíduos dos minérios da Suécia, depositados na terra em uma região que futuramente seria ocupada por moradias. Até o momento calcula-se que mais de 300 pessoas forma afetadas por arsênico e chumbo abandonados em Cerro Chuño.

As vítimas e suas famílias pedem ao Estado uma indenização pelos danos e prejuízos causados, mas a passividade da justiça e das autoridades em relação ao tema, segundo as próprias vítimas, impediu o andamento dos processos e motivou a greve de fome mantida agora em setembro.