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Na Terra Santa, Cardeal Sandri recorda êxodo de cristãos orientais

Cidade do Vaticano (Sexta feira, 20-10-2017, Gaudium Press) Durante encontro com sacerdotes da Arquieparquia de Akka dos grego-melquitas, em Haifa, o Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, destacou em suas palavras que os fiéis da Igreja greco-melquita experimentaram o drama que “há muitos anos aflige a Síria e outras áreas do Oriente Médio” por causa do sofrimento “infligido também, ou em certos casos, somente por causa do nome de Jesus”.

20-10Os Cristãos, por causa do nome de Jesus, saem de suas casas fugindo do ódio jihadista.jpg

Fuga e martírio do Povo Cristão

Tanto na segunda quanto nesta terceira etapa da viagem que o Cardeal realiza atualmente na Terra Santa, o purpurado quis recordar o êxodo de milhares de pessoas que foram obrigadas a fugir deixando tudo que tinham, porque, como a Sagrada Família em Belém, não havia lugar para eles em sua terra. A diferença é que, desta vez não há lugar para eles, “não na hospedaria, mas naquela que até poucas horas antes era a própria casa”.

O Cardeal Sandri comentou o sofrimento inocente do povo cristão que “em certos casos chegou até mesmo a um verdadeiro martírio, por meio de sequestros e até mesmo de tortura e morte”. Para o Cardeal, pela graça do Senhor, este fato “torna-se um tesouro de graça para a Igreja inteira, que lava as próprias vestes -às vezes cheias de pó- no sangue do Cordeiro Imolado”.

O Purpurado observou ainda que existe uma “participação cotidiana e consciente possível para cada um de nós na obra de edificação e santificação da Igreja”, que passa pelos “nossos “sim” cotidianos, ao Senhor antes de tudo, por meio da oração, a celebração dos Sacramentos”, e pelos “nossos “sim” aos irmãos, graças ao ministério da caridade”. Uma solidariedade concreta para com os materialmente mais pobres, mas também “pela pobreza interior com que se pode entrar em contato”.

Oriente e Ocidente

Nos países do Ocidente, esta pobreza é representada por um estilo de vida “como se Deus não existisse”, enquanto no Oriente poderia existir “o risco de uma peparticipação confessional forte – “sou cristão, sou católico, sou melquita, armênio, latino, caldeu” – que em alguns casos leva “a viver com um coração e um estilo não exatamente desejoso de um sincero estilo evangélico nas relações internas nas comunidades próprias ou com as outras comunidades, entre nós padres, entre nós e o bispo”, afirmou o Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais.

Monte Carmelo e Nazaré e o Silêncio

O Cardeal visitou a Igreja do Monte Carmelo. Ali ele rezou na gruta do Profeta Elias e encontrou a comunidade das Carmelitas Descalças formada por religiosas provenientes da Terra Santa, da Itália, do Peru, de Madagascar e ainda de outros países. Nessa ocasião, o purpurado partilhou com elas confiando às suas orações as intenções do Papa Francisco, as intenções da Igreja e, especialmente pelo Oriente Médio e também suas próprias intenções e da Congregação que dirige.

Em Nazaré, para onde rumou em seguida, o Cardeal foi acolhido junto à Basílica da Anunciação, pelo Reitor e Guardião da Basílica da Anunciação, Bruno Varriano e pela comunidade.

Na Missa que celebrou próximo à gruta da Anunciação, o Prefeito recordou o Fiat de Virgem Maria e o grande mistério que naquele local se contempla:

“Em Nazaré -disse o Cardeal- o sim de Maria foi preparado no silêncio, e no silencio foi guardado o mistério da encarnação, do crescimento de Jesus…”. Diante disto, comentou o Cardeal, nasce o convite à sociedade e à Igreja, em meio ao “barulho da comunicação que invade os nossos dias”, a encontrar “o silêncio como lugar fecundo do qual nasce a vida verdadeira e autêntica”. (JSG)

 

 

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