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No primeiro dia do Sínodo para a África, relatório lista prioridades da Igreja africana

Cidade do Vaticano (Segunda, 05-09-2009, Gaudium Press) O coração das discussões de hoje, primeiro dia do Sínodo dos Bispos para a África, foi a apresentação do “Relatio ante disceptationem” (Relatório antes das discussões), lido pelo cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, arcebispo de Cape Coast (Ghana) e relator do Sínodo dos Bispos para a África. O documento é uma apresentação de todas as questões mais importantes acerca do continente africano surgidas após a 1ª Assembleia Especial para a África, ocorrida em 1994.

Um dos primeiros itens é a questão do crescimento da Igreja Católica no continente. O número de fiéis aumenta, como também o número de sacerdotes, religiosos e religiosas. Segundo o documento, “o crescimento extraordinário da Igreja se verificou sobretudo na África subsaariana”, enquanto na parte norte do continente a religião mais forte continua sendo o islamismo.

Outras questões pertinentes citadas foram as gestões políticas e a saúde pública, principalmente no que diz respeito à pandemia de AIDS. O “Instrumentum Laboris” (Instrumento de Trabalho) do Sínodo demonstra claramente que um “péssimo governo produz uma péssima economia. Isso explica o paradoxo da pobreza de um continente que é sem dúvida um dos mais ricos do mundo em potencialidades”.

O cardeal não escondeu que “a Igreja no continente ainda não saiu das dificuldades”. No entanto, diz ele, pode “ao menos em parte alegrar-se por seu sucesso e pelos resultados positivos e começar a recusar as generalizações estereotipadas sobre os conflitos, carências, corrupções e maus governos”.

“A verdade é que a África foi por muito tempo acusada pela mídia de originar tudo aquilo que é repudiado pela humanidade; é tempo de “mudar a marcha” e de dizer a verdade sobre a África com amor, promovendo o desenvolvimento do continente que levará ao bem-estar de todo o mundo”. De acordo com o relator, a África representa o segundo mercado mundial emergente após a China e é o continente da “oportunidade”.

Outros problemas crescem dentro das famílias. Também na África, afirma o texto, aumentam as formas alternativas de núcleos familiares, inclusive o problema do homossexualismo e contra a procriação. O documento denuncia ainda crescimento do tráfico ilegal de drogas e de armas e os conflitos e guerras, dos quais sofrem destes últimos a Somália, o Sudão, o Níger e parte da República Democrática do Congo.

A segunda parte do “Relatio” foi dedicada à questão da evangelização, da reconciliação e paz, temas ainda importantes para os países africanos e a Igreja católica no continente.

“A paz não tem somente um significado laico, de ausência de conflito, presença da harmonia nas casas e nas famílias, segurança e prosperidade individual e comunitária (nacional). A paz não existe só quando os seres humanos e as sociedades cumprem seus respectivos deveres e reconhecem os direitos de outras pessoas e sociedades e não é nem mesmo um dos resultados do empenho pela justiça. A paz transcende fundamentalmente o mundo e os esforços humanos; é um dom de Deus doado aos ‘retos e justos'”, disse o cardeal relator Peter Turkson.

 

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