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Igreja Católica na França manifesta preocupação com suicídios no trabalho

Paris (Terça, 06-10-2009, Gaudium Press) A Igreja Católica na França divulgou ontem, 5, no site da Conferência Episcopal, nota na qual manifesta sua posição sobre a onda crescente de suicídios no trabalho que vem acontecendo nos últimos meses no país. O porta voz da Conferência dos Bispos da França, Pe. Bernard Podvin, convidou as pessoas envolvidas neste grave problema social a “deter o desespero perante o qual não se pode resignar”.

“Há dias, várias pessoas nos comunicam que se sentem abaladas pelo número de suicídios no trabalho. Um só suicídio já seria demais e bastaria para comover-nos”, explica Pe. Podvin, que questiona a pressão exercida sobre os trabalhadores.

Na declaração, repercutida pela Rádio Vaticana e outros veículos de comunicação, padre Podvin reitera que o trabalho humano é uma dimensão fundamental para o desenvolvimento da pessoa e para o bem comum. “Uma sociedade que não proporciona trabalho, ou que impõe algumas condições inaceitáveis, já não é digna de si mesma. A vida é um dom e tem valor inestimável”, afirmou.

O debate foi aberto após o 24º suicídio registrado nos últimos 18 meses na empresa France Telecom, na qual o governo tem 13% de participação e que emprega, atualmente, 100 mil pessoas no país.

A empresa anunciou ontem a saída do vice-presidente, Louis Pierre Wenes, considerado pelos sindicatos como o responsável por uma “gestão pelo terror” motivadora do crescente descontentamento dos trabalhadores.

Numa mensagem interna dirigida aos trabalhadores, Wenes disse que “nada justifica que homens e mulheres ponham fim às suas vidas”. O mal-estar gerado pela série de suicídios de trabalhadores da France Telecom levou os sindicatos a criticar fortemente os métodos de gestão praticados pela empresa e a exigir medidas.

O forte controle dos trabalhadores – principalmente nos tempos de pausa -, a pressão insuportável por resultados produtivos e a desumanização das relações na empresa são alguns dos métodos criticados pelos sindicatos.

 

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