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“Pacem in Terris”, de João XXIII faz 55 anos

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 12-04-2018, Gaudium Press) Na Quinta-feira Santa de 1963, o Papa João XXIII assinava e tornava pública sua oitava Carta Encíclica.

Naquela Semana Santa, da qual já são passados exatos 55 anos, o mundo conheceu a Pacem in Terris, dirigida a todos os “homens de boa vontade”, em um momento em que a comunidade internacional parecia estar correndo em direção ao terceiro conflito mundial.

A Pacem in Terris procurava ser aberta às aspirações do mundo contemporâneo que o Pontífice decifrou através de “sinais dos tempos.” Seria a última Encíclica de João XXIII, que já estava, então, gravemente enfermo.

Testamento

Muitos viriam a considera-la como uma espécie de testamento espiritual deixado à Igreja e a todos os homens e mulheres de boa vontade, “porque a Igreja deve olhar para um mundo sem fronteiras, menos dividido por muros ou cortinas e não pertencente nem ao Ocidente nem ao Oriente”, conforme palavras do Papa.

Focos, Alvos, Objetivos

A Encíclica tinha como alvo a verdade, justiça, caridade e liberdade, como se dizia, então.

Focada no tema da não-beligerância e na construção de caminhos da paz, considerados pelo Pontífice como sendo um anseio profundo dos seres humanos.

Na verdade, a Pacem em Terris veio à luz em um período de grandes tensões e de guerra fria.

O Papa dirigia-se a um mundo dividido entre dois blocos e com conflitos pululando por toda a parte com guerras no Vietnã, na África, na América Latina, e com a ameaça de uma iminente hecatombe nuclear.

O mundo parecia já não suportar tanta pressão, tanta insegurança e uma espécie de ultimato se espalhava trazendo consigo insegurança e medo, sobretudo na alma dos que, já sem Fé, perdiam a esperança da Paz.

Então veio a mensagem do Papa João XXIII:
Uma mensagem forte, própria para sacudir os homens, animar aqueles “de Boa Vontade”, como disse o Pontífice:

“A paz permanece apenas som de palavras, se não for alicerçada naquela ordem que o presente documento traçou com confiante esperança: uma ordem fundada na verdade, construída segundo a justiça, vivificada e integrado pela caridade e implementada na liberdade “.

E o Papa orientava um caminho para os homens contendo quatro pontos chaves para guiar a humanidade no caminho da paz:

a centralidade da pessoa, inviolável em seus direitos, mas também detentora de deveres;

o bem comum a ser perseguido e realizado em toda parte;

o fundamento moral da comunidade política;

a força da razão e o farol iluminador da fé até aos “Chamados pastorais” conclusivos, marca pessoal de João XXIII, com referências à participação ativa na vida pública e à implementação do bem comum. (JSG)

 

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