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Conquistador dos corações

Redação (Quinta-feira, 14-06-2018, Gaudium Press) Diante de sua inefável beleza, inúmeras ideias pululam na mente e no coração, levando nossa alma a exclamar: “Senhor, nunca me abandoneis! Vós sois a verdadeira felicidade, Vós sois a única salvação e consolo. Fazei que eu também jamais me afaste de Vós!”

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Caminhando pelas ruas de uma das cidades da França – a doce França, outrora tão iluminada pelo benfazejo sol da Civilização Cristã – inúmeras maravilhas cativam a nossa atenção: a nobreza dos canteiros e jardins, a afável simetria das residências apalacetadas, o charme um tanto rude de certas residências populares. Entretanto, basta divisar ao longe as imponentes torres góticas da catedral para que os nossos passos se detenham, um mudo brado de admiração brote dos nossos lábios e o rumo do nosso percurso seja imediatamente alterado.

Conforme nos aproximamos do sagrado edifício, o coração bate mais forte. Ao chegar frente à fachada principal, a magnificência do conjunto escultórico nos encanta e arrebata. Anjos e Santos povoam os arcos e colunas. Bem acima da porta central, Cristo sentado em seu trono fita com olhar severo a humanidade que desfila diante d’Ele, numa vivíssima representação do Juízo Final. São cenas grandiosas, cuja contemplação nos estarrece e nos leva a medir nossa própria pequenez.

Pouco abaixo, deparamo-nos com um sublime paradoxo: o mesmo Deus que julga com olhar terrível desde o alto do tímpano, está ali de pé, sereno, bondoso, próximo a nós. É le Beau Dieu d’Amiens: o Belo Deus da cidade de Amiens.

A nobreza de seu porte, a perfeita harmonia de seus traços, seus gestos delicados e cheios de pulcritude enchem-nos de admiração, fazendo nossa mente voar. Como seriam os divinos passos do Salvador se Ele estivesse, em pessoa, caminhando em nossa direção?

A luminosa cor de sua túnica, a formosura de seu semblante, o movimento de seus cabelos, tudo contribuiria para delinear a figura de quem é ao mesmo tempo Homem e Deus.

Extasiados pela contemplação do “mais belo dos filhos dos homens” (Sl 44, 3), nossas vistas pousam no divino olhar, do qual jorra com abundância a bondade infinita que transborda de seu Sagrado Coração. Embora sem pronunciar palavra, nos achegamos a Ele, confiamos-Lhe nossas ânsias e dificuldades, implorando-Lhe amparo e proteção.

Invisivelmente comovido pela nossa atitude filial, Jesus faz penetrar seu olhar em nosso olhar. Deixa-nos sentir a ternura que nutre por suas criaturas, superior a qualquer afeto humano. O Divino Mestre conhece a fundo as nossas necessidades, para as quais Ele próprio é o remédio, e arde em desejos de atendê-las.

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Neste momento, já nem sabemos o que pedir, como pedir e nem mesmo o que dizer. Implorar? Agradecer? Impulsionadas pela presença de Nosso Senhor Jesus Cristo, inúmeras ideias pululam na mente e no coração…

Um nobre anseio, síntese de nossas mais altas aspirações, surge a seguir em nossa alma, levando-nos a exclamar: “Senhor, eu Vos suplico que nunca me abandoneis! Vós sois a verdadeira felicidade, Vós sois a única salvação e consolo. Fazei que eu também jamais me afaste de Vós!”

Lançamo-nos aos sacrossantos pés do Homem-Deus para osculá-los e prestar-Lhe nosso culto de adoração, e então algo de maravilhoso se opera: invade-nos o vivo sentimento de que Jesus já não está mais diante de nós, mas dentro de nós. Ele mora misteriosamente em nossa alma, na qual fora implantado o seu Reino pela graça.

Como expressar a gratidão que nos pervade ante tamanho benefício? A presença de Jesus nos corações abrasados pelo fogo da caridade participa da realização do “venha a nós o vosso Reino” preconizado no Pai-Nosso. Sua ação pelo Espírito naqueles que O amam traz consigo as primícias das alegrias do Céu.

Dia após dia, Cristo anseia por implantar seu Reino em nossas almas, em nossas vidas e também na sociedade. A todo instante nos convida a nos tornarmos cada vez mais semelhantes a Ele. Deixemos que o Belo Deus conquiste os nossos corações e nos arrebate para o Reino eterno onde poderemos contemplar sem cessar a sua face inefavelmente pulcra e adorável.

 

 

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