Família, à imagem de Deus, é uma só: homem e mulher, diz Papa
Cidade do Vaticano (Terça-feira, 19-06-2018, Gaudium Press) Recentemente (16-06) o Papa Francisco recebeu em Audiência uma Delegação do Fórum das Associações Familiares.
Um discurso do Papa foi distribuído com antecedência, porém, Francisco fez um outro discurso de improviso, cheio de recordações, contando várias histórias.
A Virtude da Paciência -“com licença”, “obrigado” “desculpa”.
O primeiro tema sobre o qual o Papa tratou foi o da paciência.
Para o Pontífice, é preciso saber esperar. Na vida há situações de graves crises “onde se pode chegar até à infidelidade”.
É justamente nesta hora que é preciso “a paciência” do amor que espera: se um grita, o outro não deve responder gritando, mas deixar passar a tempestade e depois falar no momento oportuno.
” Muitas mulheres -porque isso é mais comum nas mulheres, mas às vezes no homem também- no silêncio esperaram olhando para outro lado, esperando que o marido volte à fidelidade. E isto é santidade. A santidade perdoa tudo, porque ama,” afirmou o Papa.
Por isso são fundamentais, recordou Francisco, as três palavras já recordadas outras vezes são fundamentais: “com licença”, “obrigado” e “desculpa”.
Amoris Laetitia : não entenderam nada…
O Papa disse que sobre a Amoris Laetitia, acabou que as pessoas a reduziram a um conjunto de casuísmos: pode, não pode.
Não entenderam nada, firmou o Francisco!
Logo em seguida o Papa se concentra na necessidade de uma preparação bem-feita para o matrimônio: bem-feita!
Ainda de improviso Francisco procurou destacar a necessidade de “um catecumenato matrimonial, assim como há um catecumenato para o Batismo”.
Família humana à imagem de Deus
Hoje em dia mostra o Papa, “muitas vezes se pensa em formar uma família e casar como se fosse uma loteria”, ou seja, com o pensamento de que se der certo, tudo bem, se der certo “anulamos tudo e começo tudo de novo”.
“Trata-se de superficialidade com relação ao maior dom que Deus deu à humanidade: a família”.
Disse, então, o Santo Padre: ” Também, nos dias de hoje, faz mal dizer, fala-se de famílias “diversificadas”: vários tipos de famílias.
É verdade, a palavra “família” é uma palavra analógica, porque fala-se da “família” das estrelas, das “famílias” das árvores, das “famílias” dos animais… é uma palavra analógica. Mas a família humana à imagem de Deus, homem e mulher, é uma só. É uma só.”
“Pode ser que um homem e uma mulher não acreditem: mas se eles se amam e se casam, são à imagem e semelhança de Deus, mesmo não crendo. É um mistério: São Paulo chama ‘grande mistério’, ‘grande sacramento’, um mistério verdadeiro”.
Um dom de Deus: os filhos
O Papa tratou ainda do tema da procriação, “o dom dos filhos”.
E contou uma história de um casal que ele conheceu. Eles estavam unidos há dez anos, e não queria filhos mas tinham três cães e dois gatos. Situação diante da qual o Papa reitera que os filhos são “o maior dom”.
Em seguida o Pontífice faz uma dura crítica ao aborto seletivo:
” Os filhos se acolhem como vêm, como Deus os manda, como Deus permite – mesmo se às vezes são doentes. Ouvi dizer que está na moda – ou ao menos acontece – que nos primeiros meses de gravidez se faz alguns exames, para ver se a criança está bem ou tem algum problema…
A primeira proposta neste caso é: “O eliminamos?”.
O homicídio de crianças. E para ter uma vida tranquila, se elimina um inocente. “
Francisco recorda de algumas histórias: “No século passado -lembra- todos ficavam escandalizados com o que os nazistas faziam para obter a pureza da raça. Hoje fazemos o mesmo, mas com luvas brancas”.
O Papa ressalta, antes de encerrar, que também é preciso, sempre, brincar com as crianças:
“percam tempo com seus filhos” e, enfim, recordando os idosos, pede novamente para que os avós falem com os netos e que não sejam afastados da família. (JSG)
Deixe seu comentário