Etiópia: Reunião da AMECEA alerta contra extremismo ideológico religioso

Addis Abeba – Etiópia(Sexta-feira, 20-07-2018, Gaudium Press) Encontra-se em andamento na capital da Etiópia, Addis Abeba, a 19ª Assembleia Plenária da Associação dos Membros das Conferências Episcopais da África Oriental (AMECEA) que deverá prolongar-se até o próximo dia 23 deste mês.

Pronunciando-se durante a Assembleia, sobre o que se tem chamado de extremismo ideológico religioso, o Padre Patrick Devine, afirmou:
“Estamos atentos à politização da religião e à “religionização” da política”.

Segundo este o sacerdote fundador e presidente do Centro Shalom de Nairobi, no Quênia, o extremismo ideológico religioso está preocupado em erradicar as formas alternativas de existência e percepção na sociedade, através do terrorismo:

“O terrorismo é a ferramenta do extremismo violento usado para purgar a sociedade da tolerância, para impor sua própria visão do mundo e da fé. Para combater este processo negativo, há uma clara necessidade, paradoxalmente, de uma intolerância à intolerância”.

De acordo com o o Padre Patrick Devine, esta forma de extremismo religioso tem um impacto direto no desenvolvimento econômico e nas perspectivas de vida de populações inteiras, salienta ele, “porque em um país onde as pessoas estão sendo mortas, mutiladas e continuamente forçadas a fugir, as comunidades locais não podem desfrutar de desenvolvimento sustentável, por causa da destruição de escolas, hospitais e casas”

Padre Devine fez sugestões que, afirma, podem evitar tais problemas no campo civil e no eclesiástico.

Para os governos ele sugeriu mais educação, a necessidade de aumentar os esforços de parceiros regionais e internacionais para resolver conflitos na área, construir sociedades pacíficas, inclusivas e justas.

Para o campo eclesiástico, concluindo seu pensamento, o sacerdote afirmou que “existe uma necessidade urgente para os líderes religiosos e seminaristas de aumentar suas próprias competências em temáticas como paz, desenvolvimento, religião comparada e relações internacionais”. Para ele, “Hoje tudo isso é essencial”.
(JSG)