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Nostalgia do Paraíso

Redação (Quinta-feira, 02-08-2018, Gaudium Press) Deus é eterno e para Ele não existe o tempo. Ao admirar a obra dos seis dias – podemos imaginar -, o Divino Artífice considerou não apenas tudo o que acabara de criar, mas também as maravilhas a serem feitas pelos homens ao longo dos séculos. Quis Ele tornar Adão e seus descendentes partícipes da criação, dando-lhes inteligência e talento para, de alguma forma, completá-la por meio de sua arte e engenho.

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Tomemos, por exemplo, o chocolate. Quem, ao comer um ótimo bombom não sente bem-estar, alegria e ânimo? Depois de um dia de árduo trabalho, um pouco de chocolate amargo ajuda a recuperar da fadiga e do desgaste emocional, pelas comprovadas propriedades energéticas do cacau, além de fazer bem para a saúde por causa dos flavonoides e outras substâncias benéficas que ele contém.

Produto do trabalho humano, o chocolate é feito da amêndoa do cacaueiro, torrada e fermentada. Esta árvore tropical, originária da bacia do rio Amazonas e da América Central, se cultiva hoje também por amplas zonas da África e da Ásia. Os habitantes daquelas regiões, na época pré-colombiana, usavam seu fruto para preparar uma bebida quente e amarga, de propriedades revitalizantes.

Considerado alimento das divindades, o cacau era consumido pelas castas superiores daqueles povos.

Levado para a Europa pelos colonizadores espanhóis, acabou sendo objeto de aprimoramento em seu preparo e apresentação, tornando-se o chocolate especialidade de países como a Suíça, França, Bélgica e Holanda. Não poucos mosteiros, sobretudo os cistercienses, destacaram-se pela fabricação de chocolates artesanais, pois a Igreja é Mãe e sabe bem aproveitar as invenções dos homens – quando são boas! – para ajudar as almas.

Pode um alimento ter influência nas almas?

No entanto, pode um alimento ter influência nas almas? Há no chocolate algo de especial para ele fazer parte da austera vida monástica, a ponto de haver em alguns conventos espaço para uma chocolataria, onde esta iguaria é produzida e degustada?

Sendo o homem composto de corpo e alma, é indispensável o físico auxiliar o espiritual. Assim como quando contemplamos um belo panorama marítimo nossos sentidos se deleitam com o movimento das ondas, a evolução dos peixes e gaivotas, o azul das águas, e depois nosso espírito se enche de considerações sobrenaturais a respeito do que contemplamos, de forma análoga, quando tomamos algum alimento ele causa certo efeito em nossa alma.

Por isso, ao entramos numa confeitaria e saborearmos uma trufa ou um éclair de chocolate, nosso espírito se predispõe subconscientemente, pelo deleite do paladar, a amar a perfeição em todas as coisas, de acordo com as palavras do Divino Mestre: “Sede perfeitos, assim como vosso Pai Celeste é perfeito” (Mt 5, 48).

Chocolate e Vida Eterna

Deste modo, além do bem-estar que um chocolate de qualidade produz em nosso organismo, ele pode nos ajudar a lembrar da vida eterna e, em consequência, trazer uma nostalgia do Paraíso perdido: se formos santos nesta Terra, quantas maravilhas muitíssimo superiores a um apurado éclair ou a requintados bombons de licor, gianduia ou praliné poderemos degustar no Céu? Pois se são as obras humanas e terrenas tão aprazíveis, como serão as celestes?

Estamos aqui de passagem e devemos saber usar as mínimas oportunidades – como provar um chocolate… – para transcender ao mundo sobrenatural. Peçamos a Nossa Senhora que nos ajude a elevar nossos corações às grandezas que nos esperam no Céu onde, junto com os Anjos e os Bem-aventurados, gozaremos da felicidade eterna.

Por Ir. Patricia Victoria Jorge Villegas, EP

 

 

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