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Papa aos jovens: “não fazer o mal" não basta, é preciso “fazer o bem”

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 13-08-2018, Gaudium Press) Por volta de cem mil jovens lotaram a Praça São Pedro e a Via da Conciliação, em Roma, na manhã deste domingo, 12/08, na Missa conclusiva da iniciativa “Por mil estradas rumo a Roma”, em preparação ao Sínodo de outubro sobre os jovens e para a JMJ 2019, no Panamá.

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A celebração Eucarística foi presidida pelo cardeal Gualtiero Bassetti, presidente da Conferência Episcopal Italiana e concelebrada por 120 bispos que acompanharam os cerca de 100 mil jovens vindos de diversas dioceses e que desde o início de agosto caminham vindos das mais diversas localidades para viver estes dois dias de espiritualidade e partilha em Roma.

Com o Papa

Na tarde de sábado o Papa Francisco já havia encontrado com eles no Circo Máximo. Neste domingo rezou o Angelus com eles após a Missa, abençoando a Cruz de São Damião e uma imagem de Nossa Senhora de Loreto, símbolos da JMJ que serão doados à diocese que organiza a JMJ 2019, uma prática que teve início já em 1987, em Buenos Aires.

Longas filas se formaram desde cedo para passar pelos controles de segurança pra er e ouvir o Papa que entrou na Praça São Pedro com o papamóvel às 11h24, ultrapassando os limites da praça e indo até à Via da Conciliação.

Fazia 31°C na Praça São Pedro, mas a sensação térmica era bem maior.
Embalados pelo calor e por canções religiosas italianas, o clima na Praça era contemporaneamente de festa e comoção.

O Angelus e o Batismo

“É bom não fazer o mal, mas é mal não fazer o bem”. Francisco convidou os jovens a repetir diversas vezes durante sua alocução esta frase que foi inspirada no convite de São Paulo a não entristecermos o Espírito Santo com que fomos marcados por Deus no dia de nosso Batismo:

“Mas eu me pergunto: como se entristece o Espírito Santo? Todos nós o recebemos no Batismo e na Crisma, portanto, para não entristecer o Espírito Santo, é necessário viver de uma maneira coerente com as promessas do Batismo, renovadas na Crisma. De maneira coerente, não com hipocrisia: não esqueçam disso! O cristão não pode ser hipócrita: ele deve viver de maneira coerente.

As promessas do Batismo têm dois aspectos: renúncia ao mal e adesão ao bem”.

Renunciar ao Mal

Renunciar ao mal – explicou o Papa – significa dizer “não” às tentações, ao pecado, a satanás, mas mais concretamente, “significa dizer “não” a uma cultura da morte, que se manifesta na fuga do real para uma falsa felicidade que se expressa nas mentiras, na fraude, na injustiça, no desprezo do outro. Para tudo isso, “não””:

“A vida nova que nos é dada no Batismo, e que tem como fonte o Espírito, rejeita um comportamento dominado por sentimentos de divisão e discórdia. Por isso que o apóstolo Paulo exorta a remover do seu coração “toda aspereza, desdém, ira, gritaria e insultos com todo tipo de maldade”. Isto é o que Paulo diz. Esses seis elementos ou vícios – desdém, ira, gritaria, maledicência e todo tipo de maldade – que perturbam a alegria do Espírito, envenenam o coração e levam a praguejar contra Deus e o próximo”.

Além de não fazer o mal, é preciso fazer o bem

“É preciso aderir ao bem e fazer o bem”, insiste Francisco. Para ser bom cristão, não basta não fazer o mal, mas, ensina ele aos jovens:

“Muitas vezes acontece de ouvir alguns que dizem: “Eu não faço mal a ninguém”. E acredita-se ser um santo. Não. Certo, mas você faz o bem?
Quantas pessoas não fazem o mal, mas nem mesmo o bem, e sua vida acaba na indiferença, na apatia, na tibieza.
Essa atitude é contrária ao Evangelho, e também é contrária ao caráter de vocês jovens, que por natureza são dinâmicos, apaixonados e corajosos”.

Foi então que Francisco convida os jovens a repetirem juntos que “é bom não fazer o mal, mas é mal não fazer o bem”, uma frase que São Alberto Hurtado, SJ, costumava dizer.

Protagonistas no bem

Os jovens por fim, são exortados pelo Papa a serem “protagonistas no bem”:

“Não se sintam bem quando vocês não fazem o mal, não: não é suficiente; cada um é culpado pelo bem que poderia ter feito e não fez. Não basta não odiar, é preciso perdoar; não basta não ter rancor, devemos orar pelos inimigos; não basta não ser causa de divisão, é preciso levar a paz onde ela não existe; não basta não falar mal dos outros, é preciso interromper quando ouvimos falando mal de alguém. Parar as fofocas: isso é fazer o bem. Se não nos opomos ao mal, nós o alimentamos calando. É necessário intervir onde o mal se espalha; porque o mal se espalha onde não há cristãos ousados que se opõem com o bem, “caminhando na caridade”, segundo a advertência de São Paulo”.

Caminharam muito, caminhemos juntos…

Recordando que o muito que caminharam nestes dias os deixou em boa forma, Francisco exortou os jovens a caminharem na caridade, caminharem no amor:

“E caminhemos juntos rumo ao próximo Sínodo dos Bispos. Que a Virgem Maria nos sustente com sua intercessão materna, para que cada um de nós, a cada dia, com os fatos, possa dizer “não” ao mal e “sim” ao bem”.(JSG)

 

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