Professores chilenos pedem ajuda católica no conflito da "dívida histórica"

Santiago (Quarta, 14-10-2009, Gaudium Press) Ontem (13), cerca de 80% dos professores e assistentes de educação chilenos realizaram uma greve em protesto contra o atraso no pagamento de uma dívida que já dura quase 30 anos, a chamada “dívida histórica”, quando o Estado transferiu a administração dos colégios do Ministério da Educação para os municípios.

Segundo os cálculos do magistério, a mobilização teve a adesão de cerca de 80% do corpo docente, mas o Ministério da Educação informa que esse percentual foi de apenas 52%.

Na tarde de ontem, a diretoria do Colégio de Professores se dirigiu à Conferência Episcopal do Chile (CECH), onde manteve uma longa conversa com o bispo de Roncagua, dom Alejandro Goic Karmelic.

Ao final, dom Goic disse à mídia que havia aceitado o pedido de ajuda. “Vou ver que posso fazer para enfrentar um tema que é complexo, mas que tem todo um mérito por aquilo que ele significa”, afirmou o prelado.

No final da semana passada, a diretoria se reuniu com o arcebispo de Santiago, cardeal Francisco Javier Errázuriz, ao qual expôs os antecedentes do conflito e solicitou ajuda para que se possa chegar a um acordo com as autoridades políticas.

Dívida histórica

A dívida histórica é um conflito entre os professores municipais e o governo do Chile que se arrasta desde 1981, quando o Estado transferiu a administração dos colégios do Ministério da educação para os municípios, finalizando os contratos dos professores sem a indenização adequada.

Apesar dos esforços desenvolvidos pelo Congresso Nacional, por meio da Comissão de Dívidas Históricas criada para colocar um fim ao impasse, a ministra da Educação, Mónica Jimenez, tem sido enfática ao afirmar que essa dívida não será paga.