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Padres sinodais discutem “Relatório após a discussão”

Cidade do Vaticano (Quarta, 14-10-2009, Gaudium Press) O 11º dia da II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a África, nesta terça-feira, se desenvolveu com as discussões sendo concentradas nos chamados Círculos Menores, durante os quais os padres sinodais debateram o “Relatório após a dicussão”.

Por volta das 16h30, a 14ª Congregação Geral teve início com a oração do “Adsumus”, conduzida pelo Papa Bento XVI. Durante a Congregação, presidida pelo prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, cardeal Francis Arinze, foi apresentado o “Relatório após a Discussão”. Participaram 223 padres sinodais.

“Relatio post disceptationem” é um documento de apresentação das intervenções dos padres sinodais e livres intervenções dos participantes do Sínodo nos primeiros sete dias de congregações gerais. Ele foi apresentando pelo cardeal relator do Sínodo, Peter Kodwo Appiah Turkson.

O “Relatório” aponta as questões mais urgentes tratadas nessa primeira semana de discussões do Sínodo dos Bispos para a África, e indica os pontos sobre os quais os padres sinodais deverão se debruçar daqui para frente, a começar pelos problemas indicados no tema da Assembleia: reconciliação, dignidade da mulher e o seu papel no processo de reconciliação, justiça e paz, laicos, meios de comunicação, o clero, a vida consagrada, etc.

Sobre o tema das mulheres , o prelado disse que elas ainda estão à margem da cultura africana e que “precisam ser reconhecidas, tanto na sociedade como na Igreja, como membros ativos”.

A Igreja é convidada a fazer algo contra as graves injustiças perpetradas contra elas, como a poligamia, violências domésticas, discriminações no direito de herança, matrimônios forçados.

No âmbito sociocultural, o documento observa na África “sérias ameaças de instabilidade e dissolução” causam a pobreza, os conflitos, as doenças (especialmente a malária e a Aids). Nascem, além disso, “ataques à família e à fundamental instituição do matrimônio, provenientes de ambientes externos ao mundo africano e atribuídos a matrizes diferentes: ideológica (ideologia do “gênero”, nova ética global sexual, engenharia genética), clínica (planificação ds nascimentos, educação reprodutiva, esterilização), estilos de vida “alternativos” hoje emergentes (matrimônios homossexuais, livre convivência)”.

Ele também disse que grande necessidade de atenção merecem as crianças – “a parte mais sofredora da população africana, que sofrem abusos, são obrigadas à guerra, e veem negado seu direito à educação” – e os jovens, que sofrem com a escassez de programas voltados para eles. Para o relator, é necessário aprofundar a educação e a formação religiosa.

Os episcopados africanos têm também um grande interesse em reforçar a sua presença nas organizações continentais, como a União Africana, em harmonia com a ação da Santa Sé, para estimular e garantir iniciativas de reconciliação, justiça e paz – recordou o Cardeal Turkson.

O purpurado pediu uma formação ativa com os muçulmanos de boa vontade, de modo a reduzir as tensões.

Ele fez um alerta para a exposição ao abuso de drogas, à infecção por HIV, à gravidez precoce, às migrações, ao tráfico de pessoas e aos trabalhos que as reduzem a condições servis.
O documento arrola as 25 principais perguntas discutidas pelos padres sinodais. A partir de amanhã, o Sínodo retorna as congregações gerais, durante as quais serão apresentados os relatórios agora dos Círculos Menores. Os Círculos Menores serão os responsáveis pela formulação das Proposições finais.

 

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