Carisma da Congregação Armênio- Mequiterista é de viva atualidade, diz Papa
Cidade do Vaticano (Terça-feira, 18-09-2018, Gaudium Press) Quando a Congregação Armênio-Mequitarista conclui as celebrações do terceiro centenário de fundação da Casa mãe em Veneza, o Papa Francisco enviou uma mensagem ao Delegado Pontifício para a Congregação Armênio- Mequiterista, Dom Levon Boghos Zékiyan.
No domingo, 16, ao final da Divina Liturgia celebrada em Veneza na Ilha de São Lázaro dos Armênios e da qual tomou parte o cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, foi lida a mensagem papal.
Palavras do Papa
As seguintes palavras fazem parte da Mensagem enviada:
Que “a chama acesa pelo Fundador continue a iluminar o caminho espinhoso e florescente do povo armênio com a fé em Cristo e com a esperança que a Sua Palavra, contemplada, estudada e difundida perenemente gera”, foram os votos do Papa em sua mensagem
Fé provada até com martírio
No início de sua mensagem dizia o Paopa Francisco:
“O solene aniversário permite elevar o agradecimento ao Senhor pela abundante efusão de graças e carismas que no decorrer dos séculos se derramou na Congregação no seu conjunto e em numerosos de seus membros, que se distinguiram para uma vida religiosa fielmente vivida e, não raro, heroicamente testemunhada, às vezes até mesmo com o supremo sacrifício do martírio”.
Recordou Francisco que Pio XII colocou Mequitar, o fundador, entre os grandes reformadores da vida monástica nas Igrejas do Oriente. Como reconhecem os estudiosos mas sobretudo para o sensus fidei do povo armênio ele constitui “uma das expressões mais fúlgidas da espiritualidade e da cultura de seu povo”.
Humanismo teológico armênio
Na mensagem o Pontífice recorda que “Inspirado pelo lema de São Nerses de Lambron, segundo o qual ‘o amor pelo estudo é por si o amor de Deus’, Mequitar se dedica à busca da presença divina nas criações do espírito humano, realizando uma síntese original, posteriormente bem desenvolvida pelos discípulos, entre o humanismo eclesial dos Vardapet armênios e aquele clássico ocidental, dos quais são monumentos insignes a produção teológica, filosófica, histórica, lexicográfica e filológica da escola mequitarista”.
Proximidade da Santa Sé
As incompreensões e as dificuldades que Mechitar e a Congregação encontraram mesmo em tempos recentes, e que foram superadas com a graça de Deus, “são parte inseparável do carisma, que se revela também agora de viva atualidade”, diz o Papa na mensagem.
A Santa Sé – recordou o Pontífice – que sempre nutriu por Mequitar e seus filhos particular cuidado e atenção, foi e está ao lado da Congregação nestas delicadas passagens, oferecendo a ela toda ajuda e apoio possível”.
Francisco ressaltou que a história aponta que a Ilha de São Lázaro tornou-se, ao lado do Mosteiro de Viena, o coração pulsante da vida da Congregação, onde cada monge “é chamado a manter abertos e amplos os horizontes da missão e forte o vínculo da comunhão”.
“A identidade do mequitarista – reiterou o Pontífice – consiste em ser, antes de tudo monges, pessoas inteiramente consagradas a Deus”, uma vocação “irrealizável sem uma comunhão real com os confrades e sem a assunção total, íntegra e alegre dos votos de pobreza, castidade e obediência, fonte evangélica de verdadeira renovação e garantia segura nas dificuldades de hoje”.
A conclusão do Papa mostra seu forte desejo de que “a chama acesa pelo Fundador continue a iluminar o caminho espinhoso e florescente do povo armênio com a fé em Cristo e com a esperança que a Sua Palavra, contemplada, estudada e difundida perenemente gera”.
Gratidão pela carta do Papa
Dom Boghos Levon Boghos Zékiyan agradeceu a carta do Papa Francisco, “sinal e penhor de bênçãos divinas”.
Em seu pronunciamento, ele afirmou ver “quase o presságio da beatificação do Servo de Deus, Abade Mechitar”, confessando serem “como crianças em perseguir este objetivo”.
A Congregação Mequitarista
A Congregação Mequitarista foi fundada em 8 de setembro de 1700, na Armênia, pelo Abade Mequitar de Sebaste, cujo nome em armênio quer dizer “consolador”. A Congregação transferiu-se de Sebaste para Constantinopla, onde foi fundada oficialmente em 1701.
Mequitar, hostilizado pelo Patriarcado armênio de Constantinopla, que era anticatólico, fugiu com seus monges para Veneza, onde lhe foi confiada a ilha de São Lázaro, sua residência definitiva. Ali faleceu em 27 de abril de 1749.
A Congregação dos Padres Mequitaristas tem como carisma a promoção da perfeita comunhão eclesial dos Armênios com a Igreja Católica e a iluminação cultural e religiosa do povo armênio. (JSG)
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