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“Fui testemunha do poder da oração”, diz Padre Tom Uzhunnalil

Redação (Quinta-feira, 08-11-2018, Gaudium Press) O Padre Tom Uzhunnalil, sacerdote que foi sequestrado e permaneceu sob poder de terroristas muçulmanos durante 18 meses, afirmou que permaneceu firme durante seu cativeiro “graças às orações de todas as pessoas que rezaram por mim que pude suportar tudo o que vivi. Não foi pelas minhas próprias forças, mas pela oração dos meus irmãos e irmãs na Fé”.

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Recordando a triste experiência vivida no Iêmen, quando terroristas o sequestraram após matarem quatro Missionárias da Caridade, o sacerdote salesiano contou, em entrevista ao Grupo ACI, que a situação nos últimos dias tinha melhorado no Iêmen, onde havia uma grande confusão, devido à primavera Árabe. “As igrejas no Iêmen foram atacadas e vandalizadas, mas alguns dias antes do meu sequestro a situação se estabilizou um pouco”, explicou.

Apesar disso, na manhã do dia 04 de março de 2016, quando estava rezando na capela das Missionárias da Caridade, o Padre Uzhunnalil ouviu alguns tiros no lado de fora e viu as quatro religiosas sendo assassinadas.

“Eu rezei à misericórdia de Deus pelas Irmãs que morreram e também pelas pessoas que as assassinaram. Depois, disseram para eu sair e perguntaram se eu era muçulmano. Eu disse que não, que era cristão. E me colocaram na parte de trás do carro. Pouco tempo depois, abriram a porta novamente e jogaram um objeto de metal embrulhado em um pano. Era o sacrário que as irmãs tinham colocado na capela”, recordou.

O sacerdote esclareceu que apesar de não sofrer torturas físicas por parte do grupo jihadista, passou por torturas psicológicas. “Eles tiraram tudo de mim, embora me dessem um pouco de água e de comida”. Mudaram o lugar de seu cativeiro por mais de cinco vezes, no entanto o sacerdote nunca soube a localização exata de onde estava sequestrado.

Ao longo dos 18 meses que permaneceu sob o poder dos terroristas, o Padre Tom Uzhunnalil se apoiou na oração. “Todos os dias rezava o Ângelus; três ou quatro Terços; um Pai Nosso, Ave Maria e Glória pelas Irmãs falecidas; a Oração da Divina Misericórdia, meditava a Via-Sacra e celebrava a Santa Missa de maneira espiritual, porque não tinha pão nem vinho, mas rezava as orações de memória”, explicou.

Frequentemente o sacerdote salesiano meditava sobre uma passagem do Evangelho de São Mateus (10, 30) na qual está escrito que os fios de cabelo da nossa cabeça estão contados e que nenhum fio cai sem que o nosso Pai Celestial saiba. “Deus sabia tudo o que estava acontecendo, porque deveriam ter me matado desde o começo, mas não foi assim. Eles me mantiveram vivo inclusive depois que disse que era cristão. Agora estou aqui, livre, para dar testemunho de que Deus está vivo, que ouviu as nossas orações e nos respondeu. Eu fui testemunha do poder da oração”, afirmou.

“A oração é o melhor que Deus nos deu e pode conseguir tudo. Abandonado na vontade do Senhor, durante o meu sequestro pedia ao Senhor que me libertassem logo, mas também lhe pedia que me desse a graça para realizar a missão que Ele havia pensado para mim”, concluiu. (EPC)

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