O que levaremos para o Encontro definitivo com o Senhor, pergunta o Papa
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 19-11-2018, Gaudium Press) O domingo 18 de novembro foi o dia da celebração do II Dia Mundial dos Pobres.
O Papa Francisco rezou a Oração do Angelus na Praça São Pedro com os fiéis e peregrinos que lá foram para rezar com ele.
A propósito do Evangelho do dia, na alocução que precedeu esta oração mariana, o Papa recordou que Jesus, ao instruir seus discípulos sobre os eventos futuros, “Não coloca em primeiro lugar um discurso sobre o fim do mundo, mas o convite a viver bem o presente, a vigiar e estar sempre prontos para quando seremos chamados a prestar contas de nossa vida. Jesus diz: ‘Nesses dias, depois da tribulação, o sol vai ficar escuro, a lua não brilhará mais, as estrelas começarão a cair do céu'”.
No ‘último dia’ veremos seu Rosto na luz plena da Trindade
Para Francisco as palavras deste trecho do Santo Evangelho nos conduzem lembrar o início do Livro do Gênesis, quando fala da criação: o sol, a lua e as estrelas que desde o início dos tempos brilham em sua ordem e iluminam, sinal de vida, aqui são descritos em sua decadência, sinal do fim.
“Ao invés, -ressaltou o Papa-, a luz que naquele último dia resplandecerá será única e nova: será a luz do Senhor Jesus que virá na glória com todos os santos. Naquele encontro veremos, finalmente, o seu Rosto na luz plena da Trindade; um rosto radiante de amor, diante do qual todo ser humano aparecerá em total verdade”.
O Pontífice ainda lembrou que “a história da humanidade, assim como a história pessoal de cada um de nós, não pode ser entendida como uma simples sucessão de palavras e fatos que não fazem sentido”.
Porém, afirmou ele, que a história da humanidade “Não pode ser também interpretada à luz de uma visão fatalista, como se tudo já estivesse pré-estabelecido segundo um destino que subtrai todo espaço de liberdade, impedindo fazer escolhas que sejam o fruto de uma decisão verdadeira.”
Ninguém escapa do Encontro definitivo com o Senhor
No Evangelho de hoje, Jesus diz que a história dos povos e a de cada um têm um fim e uma meta a ser alcançada: o encontro definitivo com o Senhor.
Explica o Papa:
“o verdadeiro ponto crucial é esse: Naquele dia, cada um de nós entenderá se a Palavra do Filho de Deus iluminou a própria existência pessoal, ou se virou as costas para ela, preferindo confiar nas próprias palavras. Será mais do que nunca o momento de nos abandonarmos definitivamente ao amor do Pai e confiar-nos à sua misericórdia”.
“Não sabemos a hora e nem como acontecerá. O Senhor reiterou que ‘ninguém sabe nada, nem os anjos no céu, nem o Filho’.
Tudo é mantido no segredo do mistério do Pai. Sabemos, todavia, um princípio fundamental com o qual devemos nos confrontar: ‘Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão'”.
Francisco destacou que “ninguém escapa desse momento, nenhum de nós escapa desse momento”.
O que levamos da vida que levarmos
“A esperteza, que muitas vezes colocamos em nossos comportamentos para dar crédito à imagem que queremos oferecer, não será mais necessária”, disse Francisco que continuou:
“Da mesma forma, o poder do dinheiro e dos meios econômicos com os quais pretendemos com presunção comprar tudo e todos, não poderá ser mais ser usado.
Não teremos conosco nada além do que realizamos nessa vida, acreditando em sua Palavra: tudo e nada do que vivemos ou deixamos de realizar. Levaremos conosco somente o que doamos, o que oferecemos.” (JSG)
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