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A ufania cristã

Redação (Quinta-feira, 22-11-2018, Gaudium Press) Após ter escolhido os doze discípulos, Nosso Senhor os enviou a diversas localidades da Galileia a fim de fazerem apostolado. “O Mestre separa-se deles por um tempo bastante curto: após esses primeiros trabalhos de missionários, que devem lhes servir de prova, Ele os reencontrará para completar sua educação apostólica.”

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Os piores inimigos são os que visam perder as almas

Disse-lhes Jesus:
“Eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos. Sede, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas. […] Por minha causa, sereis levados diante de governadores e reis, de modo que dareis testemunho diante deles e diante dos pagãos.

“Quando vos entregarem, não vos preocupeis em como ou o que falar. Naquele momento vos será dado o que falar, pois não sereis vós que falareis, mas o Espírito do vosso Pai falará em vós.

“O irmão entregará à morte o próprio irmão, o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais e os matarão. Sereis odiados por todos, por causa do meu Nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo. […]

“O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu senhor. Para o discípulo, basta ser como o seu mestre, e para o servo, ser como o seu senhor. […]

“Não tenhais medo deles. Não há nada de oculto que não venha ser revelado, e nada de escondido que não venha ser conhecido. O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia; o que escutais ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados! Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas são incapazes de matar a alma! Pelo contrário, temei aquele que pode perder a alma e o corpo no Inferno” […]

“Todo aquele, pois, que se declarar por Mim diante dos homens, também Eu me declararei por ele diante do meu Pai que está nos Céus. Aquele, porém, que Me renegar diante dos homens, também Eu o renegarei diante de meu Pai que está nos Céus” (Mt 10, 16.18-22.24.26-28.32-33).

Os Anjos contemplam a nossa luta nesta Terra

Hoje há muitos que matam os corpos, por exemplo, através do aborto. Mas incontáveis são aqueles que procuram perder as almas, incitando-as ao pecado. Em toda parte, sobretudo por meio da internet, o pecado é propalado. Quantos perdem a Fé e a castidade, para falar somente dessas virtudes, assistindo programas obscenos!

Diante desse mundo que se enchafurda na luxúria, devemos ter a postura de alma explanada por Plinio Corrêa de Oliveira, no belo trecho que transcrevemos.

“Se os primeiros mártires não fugiram dos lobos, leões e leopardos, creio não haver razão para que fujamos dos ímpios que caçoam de nossa condição de católicos. Por que o mártir não corria das feras? Porque tinha Fé, tinha consciência de sua retidão, sabia-se um justo e que Deus o assistia do alto do Céu. Por isso, de peito erguido, enfrentava o leão prestes a saltar sobre ele.

“Por que todos os filhos corajosos da Igreja não recuaram diante dos adversários dela? Porque acreditavam na sua ortodoxia; tinham Fé!

“Ora, temos ou não a mesma Fé? Os Anjos do Céu contemplam ou não a nossa luta nesta Terra?

“Não devemos, pois, nos envergonhar de sermos puros e castos, de professarmos a Fé católica, apostólica, romana em sua integridade, de sermos contrarrevolucionários na força do termo, pois isto significaria ter vergonha de Nosso Senhor Jesus Cristo, o modelo por excelência de pureza e de Fé.

“E não nos esqueçamos, é do próprio Verbo Encarnado esta palavra tremenda: ‘Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na sua glória, na glória de seu Pai e dos santos Anjos’ (Lc 9, 26).

A Igreja é atacada por adversários internos ou externos

“Portanto, estejamos seguros e ufanos do nosso ideal católico. E faço notar: não se trata de demonstrar um orgulho arrogante, mas a ufania de ser membro da Santa Igreja Católica, de ser assistido por uma força sobrenatural haurida nos Sacramentos e na devoção a Nossa Senhora, que nos torna capazes de atos que a simples natureza humana não permitiria praticar. A ufania de quem possui essa Fé inabalável em Nosso Senhor Jesus Cristo, a Fé que move as montanhas, que não recua diante de nenhum obstáculo, que transpõe vales e faz os montes saltarem como cabritos, no dizer da Sagrada Escritura.

“Estejamos convictos de que a piedade católica não contribui, de modo algum, para enlanguescer o vigor humano. Antes, o católico autêntico é um exemplo de varonilidade, de alguém que honra suas responsabilidades e preza sua dignidade pessoal; alicerçado nos princípios ensinados pela Religião Católica, ele se ufana de guardar a castidade e compreende que a pureza é uma de suas glórias.

“Assim como compreende que o não ter Fé é uma cegueira, e aqueles que creem são os que verdadeiramente veem.

“Esse é o católico, desassombrado, intrépido, que não se envergonha de seguir o Divino Mestre, de se dizer filho e devoto da Santíssima Virgem, para a qual dirige sua entranhada prece:

“Ó Mãe de misericórdia, minha vida, doçura e esperança. Fazei de mim a alma corajosa que devo ser, imbuída de uma leonina força católica, apostólica, romana, repleta de ufania cristã! E assim, ó Virgem, meu louvor a Vós será o tributo do homem que, acima de tudo, crê nas verdades divinas e por elas luta; será o louvor do heroísmo e da epopeia. Amém.”

Além das perseguições aos verdadeiros católicos, a própria Igreja é atacada por inimigos velados ou declarados, que a humilham e procuram destruí-la, o que nunca conseguirão porque disse Nosso Senhor: “As portas do Inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16, 18).

Rezemos então:

“A santa indignação por ver a Igreja militante humilhada por seus adversários internos ou externos, dai-me, ó Jesus.”

 

Por Paulo Francisco Martos

(in “Noções de História Sagrada” – 172)

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1 – FILLION, Louis-Claude. La sainte Bible avec commentaires – Évangile selon S. Matthieu. Paris: Lethielleux. 1895, p. 188.
2 – CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. A ufania de ser católico. In Dr. Plinio, São Paulo. Ano X, n. 115 (outubro 2007), p. 4.

3 – Idem. Valiosa prece para se alcançar desprendimento e amor a Deus. In Dr. Plinio, São Paulo. Ano X, n. 107 (fevereiro 2007), p. 13.

 

 

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