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Reflexão de Francisco a seminaristas fala de caminho, escuta, discernimento e missão

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 26-11-2018, Gaudium Press) Na manhã de sábado (24/11) o Papa Francisco recebeu na Sala do Consistório, no Vaticano, 40 seminaristas da Arquidiocese de Agrigento, na Sicília.
Eles estavam acompanhados pelo Cardeal Montenegro, arcebispo de Agrigento.
Durante a Audiência Francisco abandonou o discurso previamente preparado e escrito e falou de improviso.

O texto previamente escrito foi distribuído e aconselhado pelo Papa para que fosse lido posteriormente.

No texto escrito o Papa propôs quatro pontos de reflexão, pessoal e comunitária, sobre caminho, escuta, discernimento e missão.

Caminho

O Papa referiu-se ao ícone bíblico do Evangelho dos discípulos de Emaús que ainda hoje inspirar o caminho dos candidatos ao sacerdócio.
E a primeira palavra a que o Papa se referia era exatamente caminho:
“Jesus Ressuscitado nos encontra no caminho, que, ao mesmo tempo, é a realidade na qual cada um de nós é chamado a viver; este percurso interior, o caminho da fé e da esperança, proporciona momentos de luz, mas também momentos de escuridão. Neste caminho, o Senhor nos encontra, nos ouve e nos fala”.

Escuta

Logo em seguida o Pontífice trata de uma segunda palavra que também é chave para a formação dos sacerdotes: a escuta.
Nosso Deus é a Palavra e, ao mesmo tempo, é o Silêncio que escuta, a Palavra que se faz escuta e acolhida da nossa condição humana:

“Quando Jesus aparece ao lado dos dois discípulos de Emaús, caminha com eles, os ouve e os estimula a falar o que sentem dentro de si, suas esperanças e suas decepções. Isto significa que, em sua vida no seminário, o diálogo com o Senhor deve ocupar o primeiro lugar, um diálogo feito de escuta mútua: Ele me ouve e eu o ouço, sem nenhuma ficção e nenhuma máscara”.

Discernimento

A escuta do coração, na oração, nos educa a sermos pessoas capazes de ouvir os outros e a nos tornar verdadeiros sacerdotes, que oferecem o serviço da escuta.
A escuta do coração educa a ser, cada vez mais, uma comunidade que sabe ouvir e discernir.
O Papa apresentou assim a terceira palavra-chave da sua reflexão: o discernimento:

“O seminário é lugar e tempo de discernimento.
Mas, isto requer acompanhamento, como Jesus fez com os dois discípulos de Emaús e com os outros discípulos, sobretudo com os Doze.
Ele os acompanhou com paciência e sabedoria; educou-os a segui-lo na verdade, dissipando as falsas expectativas dos seus corações.
E fez tudo isso com respeito e decisão, mas também como um bom amigo e bom médico, que, às vezes, precisa usar o bisturi”.

Francisco afirmou que muitos problemas surgidos na vida de sacerdotes, afirmou Francisco, são devido à falta de discernimento nos anos de seminário.
Jesus não finge com os discípulos de Emaús, não é evasivo, não contorna seus problemas, mas os chama de “insensatos e lentos de coração”, porque não acreditaram nos profetas.
Por isso, abriu as suas mentes às Escrituras e seus olhos ao partir do pão.
O mistério da vocação e do discernimento é uma obra-prima do Espírito Santo, que exige a colaboração do candidato ao sacerdócio, frisou o Pontífice.

Missão

No texto escrito que não foi lido durante a Audiência, o Papa reflete sobre uma palavra-chave para a vida sacerdotal: a missão.

O Papa afirmava no seu texto:
“Os dois discípulos de Emaús voltaram juntos para Jerusalém e, sobretudo, se uniram à comunidade apostólica, que, pelo poder do Espírito, se tornou missionária.

Isto é muito importante, porque muitas vezes somos tentados a ser bons missionários por conta própria. Também os seminaristas podem cair nesta tentação.
Muitas vezes a nossa impostação tem sido individual, mais do que colegial e fraterna”. (JSG)

 

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