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Presidente de Conferência Episcopal Filipina: Igreja seguirá guiando ainda que seja impopular

Manilla – Filipinas (Terça-feira, 19-07-2016, Gaudium Press) O Presidente da Conferência de Bispos Católicos das Filipinas, Dom Sócrates Villegas expressou sua preocupação pela situação atual do país, que não ouviu as advertências da Igreja em seu ensinamento moral. Em seu discurso à Assembleia Plenária dos Bispos, Dom Villegas comparou a rejeição e inclusive ridicularização dos prelados por causa de seu testemunho da Fé com as penalidades sofridas por Cristo em sua preparação espiritual no deserto antes de sua pregação pública. “Estamos no ermo, como o deserto dos quarenta dias de oração e jejum de Nosso Senhor, como o deserto dos israelitas depois de cruzar o Mar Vermelho”, indicou, após o qual animou aos Bispos a não cederem à tentação do silêncio mas a continuar proclamando a doutrina da Igreja.

Dom Villegas destacou a história recente da Igreja nas Filipinas e como, através de um testemunho e trabalho apostólico contínuo, a Igreja conseguiu chegar a ser uma referência de grande importância na sociedade. Como início deste processo destacou um florescimento da piedade e a oração na segunda metade do século XX, seguido por um testemunho na dimensão pública da Fé que levou os Bispos a serem escutados em seus conselhos. No entanto, esta realidade mudou com a oposição da Igreja à Lei de Saúde Reprodutiva desde 2012.

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O Presidente de Conferência dos Bispos Católicos das Filipinas
animou aos prelados e a Igreja em geral a continuar o
testemunho da Fé em meio da adversidade. Foto: CBCP News.

“Foi um voltar ao deserto. Senti como se fossemos vozes no ermo proclamando uma doutrina com a qual nossa gente não se pode identificar. Nossas cartas pastorais foram omitidas, burladas e ignoradas”, lamentou o prelado. “Quando apelamos à moralidade, nossa gente ria da vulgaridade. Quando desafiamos a indecência, fomos rejeitados e ridicularizados como arcaicos”. Os Bispos tiveram que enfrentar recentemente graves insultos por parte de dirigentes e se espera um período de confrontação com o próximo regime presidencial que anunciou políticas contrárias à doutrina da Igreja e têm criticado duramente o apostolado dos Bispos.

Diante desta situação, Dom Villegas animou o testemunho cristão da Igreja na vida pública. “Que este seja nosso compromisso. Defenderemos o bem moral. Resistiremos ao mal moral. Nos colocaremos de pé e defenderemos a vida e dignidade de toda pessoa. Protegeremos ao débil do perigo. Protegeremos ao confuso do erro”, exortou. “Guiaremos e iluminaremos ao perdido. Ensinaremos, inclusive quando pareça uma voz em um deserto hostil, até o dia em que morramos, que o bom é bom e o mal é mal e não nos retiraremos da missão do Senhor. Nosso chamado não é de ser exitosos mas sermos fiéis”.

O Presidente da Conferência dos Bispos pediu aos prelados continuarem, como o afirma a Segunda Carta a Timóteo, sendo persistentes no ensinamento, a repreensão e a motivação aos católicos sem importar se é conveniente ou inconveniente. “Porque virá um tempo em que os homens não suportarão a doutrina sã, mas que, arrastados por suas próprias paixões, se farão como um monte de mestres pelo prurido de ouvir novidades; apartarão seus ouvidos da verdade e se voltarão às fábulas. Tu, pelo contrário, porta-te em tudo com prudência, suporta os sofrimentos, realiza a função de evangelizador, desempenha a perfeição teu ministério”, concluiu. (GPE/EPC)

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