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Governo chinês cria obstáculos a peregrinos da JMJ

Beijing – China (Sexta-feira, 22-07-2016, Gaudium Press) A próxima Jornada Mundial da Juventude Cracóvia 2016 não escapou das usuais restrições que o governo chinês interpõem à liberdade religiosa dos católicos. Nesta oportunidade negou a saída do país aos sacerdotes da comunidade “subterrânea” e a dezenas de jovens peregrinos de várias dioceses do país. Os que tiveram êxito em viajar temem ser submetidos a interrogatórios no seu regresso.

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Apesar da participação dos fiéis da China ser mais baixa que na Jornada Asiática da Juventude de 2014 (a qual assistiu o Papa Francisco) por causa da maior distância e custos a partir de seu país, um número menor aos 2 mil inscritos chineses conseguirá chegar à Polônia, segundo informou AsiaNews. Alguns deles sofreram a recusa do visto, especialmente aqueles que esperavam somar à JMJ outras peregrinações na Europa. Mas o principal obstáculo é a não autorização oficial por parte da China à sacerdotes, tanto da comunidade “subterrânea” como da “oficial”. O paradoxal motivo é que assistir a JMJ seria visto como um sinal de demasiada proximidade com o Papa.

Um sacerdote da China central afirmou a AsiaNews que teve que tramitar sua viagem como se se tratasse de turismo, porque a polícia não lhe permitiria viajar à Europa para participar de um encontro religioso. Em vários casos, as autoridades negaram os passaportes a jovens -frustrando desta maneira sua peregrinação- ou inclusive foram detidos justo antes de abordar o avião sem se importar que cumpriram todos os requisitos legais para viajar.

“As autoridades sabem tudo. Eles sabem que os que vão à Europa nesta época poderiam ir à Cracóvia”, denunciou um jovem anônimo à agência. “O problema será quando estes jovens e sacerdotes retornem à China. Sem dúvida, terão que submeter-se a longos interrogatórios porque se atreveram a mesclar-se com jovens de outras nações”: Em sua opinião, a JMJ não se encaixa com o propósito local de controlar a Igreja e fazê-la independente da Santa Sé. Um sacerdote da comunidade “oficial” descreveu à AsiaNews que os sacerdotes que viajaram não oficialmente à Cracóvia podem perder o direito de exercer o ministério em seu país ou as ajudas econômicas à sua paróquia. (GPE/EPC)

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