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De terreno baldio à Jardins Vaticanos: Livro narra como os Papas semearam a beleza

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 04-08-2016, Gaudium Press) Quase a metade do terreno do Estado da Cidade do Vaticano corresponde aos Jardins Vaticanos. Sobre a particular história destes terrenos, antes desabitados e pantanosos, foi editado o livro “A Guide to the Vatican Gardens: History, Art, Nature” (Um guia para os Jardins Vaticanos: História, Arte, Natureza), lançado recentemente em língua inglesa e criado por vários especialistas da Biblioteca e dos Museus Vaticanos. Fotografias à cores e gravuras ilustram o passado e o presente dos belos jardins nos quais os Papas oraram e descansaram em numerosas oportunidades.

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Segundo recordou ‘Catholic News Service’, a história destes terrenos se remonta aos inícios do cristianismo, quando o imperador Calígula criou um coliseu nas proximidades e seu sucessor, Nero, o expandiu como lugar de numerosos martírios de cristãos. Os terrenos ao redor foram empregados para festas animadas com o sacrifício dos fiéis nas chamas ou crucificados, como a padecida pelo Apóstolo São Pedro, sepultado em um cemitério próximo.

Nos séculos seguintes, a religião cristã obteve finalmente a liberdade e o túmulo de São Pedro se converteu na primeira Basílica em sua honra, para a qual se aplanaram os terrenos de parte da colina existente. Apesar da construção de alguns outros edifícios e um mosteiro nas imediações, esta zona foi considerada “rústica e desprotegida”, por isso os Pontífices não viveram ali até o Século V.

O Papa Leão IV construiu uma série de muralhas para proteger o Vaticano após o ataque muçulmano no ano 846 e a área protegida incluía hortas, vinhedos e pântanos, enquanto que alguns bosques e pradarias a rodeavam. Desde este momento, os Jardins começaram a serem transformados pela influência dos seus insignes proprietários. O Papa Nicolau IV é responsável pela criação do jardim botânico mais antigo da Itália no século XIII destinado à investigação médica. Este Jardim Botânico foi paulatinamente substituído por um maior e novo, construído pelo Papa Alexandre VII em territórios perdidos junto aos Estados Pontifícios em 1870.

Alguns animais viveram nos Jardins Vaticanos, sendo célebres um leopardo que residiu brevemente no pontificado de Bonifácio VIII e um elefante presenteado ao Papa Leão X pelo Rei de Portugal em 1514. Pio XII encontrou e curou a um canário ferido que o acompanhava livremente durante sua refeição. Na atualidade alguns pássaros e gatos ocasionais são os animais mais frequentemente vistos no lugar.

Inclusive quando os Papas transladaram sua residência ao Palácio do Quirinal durante uns 300 anos, os Jardins Vaticanos foram embelezados com ermitas, estátuas e fontes. O Papa Leão XII encontrou consolo em um pequeno vinhedo durante sua reclusão por causa da liquidação dos Estados Pontifícios e os Papas posteriores continuaram usando para a reflexão, a oração e o descanso. Notavelmente, o Papa emérito Bento XVI o usa diariamente para caminhar e rezar o Santo Rosário. Há vários anos os Jardins admitem visitas programadas que destacam sua combinação de arte, natureza e Fé. (GPE/EPC)

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