Gaudium news > Brasil e Santa Sé: 190 anos de amizade

Brasil e Santa Sé: 190 anos de amizade

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 08/09/2016, Gaudium Press) – No dia em que se comemora a Independência do Brasil, 07 de setembro, o Cardeal Secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, celebrou Missa no Colégio Pio Brasileiro, em Roma.

O Brasil mantém relações diplomáticas com a Santa Sé há 190 anos. Isso significa que o “maior país católico do mundo” estabeleceu esta amizade de Estado com a Igreja desde que surgiu como nação soberana.

Relações Diplomáticas: 190 anos

As relações diplomáticas entre o Brasil e a Santa Sé tiveram seu início formal desde o dia 23 de janeiro de 1826.

Nessa ocasião foi quando Monsenhor Francisco Corrêa Vidigal, Plenipotenciário enviado pelo Imperador Dom Pedro I a Roma, entregou suas cartas credenciais ao Papa Leão XII, depois que Portugal reconheceu o Brasil como não nação independente.

O primeiro Núncio na América Latina foi Monsenhor Pedro Ostini acreditado junto ao Imperador Pedro I em 1829, que foi também designado Delegado Apostólico para toda a América Latina.

As relações entre Brasil e Santa Sé estreitaram-se ao longo dos anos e ficaram ainda mais consolidadas após a assinatura do Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil em 13 de novembro de 2008.

Entrevista

Em uma entrevista concedida à Rádio Vaticano, Cardeal Secretário de Estado pode discorrer sobre como o desenrolar da amizade Santa Sé – Brasil e o significado das relações diplomáticas:

Dimensões Amplas

“Existe um reconhecimento recíproco e a presença de um representante do Papa (no Brasil) serve precisamente para promover, favorecer e tutelar também o bem da Igreja e dos Católicos no país. Creio que é preciso destacar também o fato que as relações diplomáticas têm uma dimensão mais ampla: a Igreja não se interessa apenas pelos “seus”, por suas ovelhas, mas se interessa pelo bem de todo o país. Portanto, as relações diplomáticas têm também este sentido, o significado de cuidar do bem-estar espiritual e material do país e de todos os seus habitantes, principalmente os mais frágeis e pobres e colaborar – outro aspecto que me parece importante ressalta – com a paz e a prosperidade do mundo. Assim sendo, é uma visão mais ampla, que supera o âmbito do país e contempla a comunidade internacional, onde a presença da Santa Sé sempre foi em favor da paz. Estes são os significados fundamentais das relações”.

Dupla Cidadania: Contemplar a Pátria terrena e a Pátria celeste

A pedido da Rádio Vaticano, o Cardeal falou da “dupla cidadania” por ele mencionada na homilia proferida no Colégio Brasileiro, no 7 de setembro:

“A dupla cidadania é uma expressão muito bela e data dos primeiros tempos do Cristianismo.

Já se falava desta ‘dupla cidadania’: os cristãos que são cidadãos de uma pátria terrena, à qual nutrem lealdade, e que ao mesmo tempo, são cidadãos da Pátria celeste. Existe uma relação que é necessário sublinhar: ser cidadãos da Pátria celestes e olhar ao alto, ao Céu, onde nos espera o Senhor e todos os Santos, Madre Teresa, canonizada neste domingo, não significa reduzir o nosso compromisso pela pátria terrena, não enfraquece a nossa pertença; ao contrário, a reforça, porque os cristãos têm motivações muito fortes, que provêm do Evangelho, para trabalhar em favor de todos os seus compatriotas e pelo bem de seus países. Existe, assim, esta dupla pertença, mas também esta relação muito estreita entre ser cidadãos do Céu e cidadãos de uma pátria na terra”.

7 de setembro: Desejos para o Povo brasileiro

Convidado, o Secretário de Estado do Vaticano assim se expressou sobre seus votos para o povo brasileiro no dia da independência:

“Os votos ao povo brasileiro são que a proteção de Nossa Senhora Aparecida – quando estive na América Latina, aprendi a apreciar a devoção a Maria, que faz parte do DNA da fé dos povos latino-americanos e do povo brasileiro em geral.

Que o povo possa crescer realmente na paz, que significa – como nos diz o Concílio – todo o conjunto de bens e valores que permitem a cada homem e à comunidade civil gozarem de prosperidade, de bem-estar, liberdade, democracia e todos os valores que embelezam a vida”. (JSG)

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas