Catedral de São Miguel em Toronto, Canadá, celebra seus 168 anos

Toronto – Canadá (Terça-feira, 27-09-2016, Gaudium Press) A Catedral de São Miguel em Toronto, Canadá, celebra seu aniversário número 168, algo que pareceu incerto em junho de 2015 e que significou um notável esforço na conservação do edifício. Durante uns trabalhos de canalização, um obreiro identificou uma série de sons dentro de um dos pilares do templo. O aviso permitiu evitar uma tragédia: as colunas aparentemente sólidas na realidade estavam finalizadas por uma estrutura de ladrilho coberta de mármore. Com quase dois séculos de antiguidade, os ladrilhos se romperam e o teto do templo ameaçava vir abaixo.

“Eles ativaram um alarme, um alarme real”, recordou o Reitor da Catedral, Padre Michael Busch, em diálogo com The Catholic Register. “Todos tiveram que evacuar o edifício”. O templo permaneceu vazio enquanto se avaliou a gravidade do dano em meio da incerteza por um possível colapso da estrutura. A reparação requiriu quase uma reconstrução do templo a fim de salvar sua existência e preservar sua beleza, um esforço de mais de 128 milhões de dólares.

Os especialistas tiveram que enfrentar o desgaste dos ladrilhos, a presença de chumbo na pintura das portas e de amianto no gesso empregado na pintura, em uma série de trabalhos que cada dia revelavam novas áreas que requiriam atenção. Escavações tiveram que ser realizadas nos cimentos do templo e se reforçou a totalidade da estrutura. Além disso, se renovaram por completo os pisos, as bancas, vários vitrais e imagens e se pintou de azul o interior do teto e se agregaram estrelas como representações dos céus em honra ao estilo gótico original. As talhas em pedra e a alvenaria da fachada foram restauradas. Ao observar os detalhes da construção e os obstáculos técnicos superados pelos construtores sem ajuda da tecnologia atual, os técnicos ficavam admirados: “Como fizeram isto sem laser?”, se perguntava Vince Parolin, proprietário de Art Magic, encarregado dos trabalhos de carpintaria.

Diante do considerável gasto da restauração, o Cardeal Collins explicou ao The Catholic Register que não havia alternativa real. Um trabalho mínimo de reforço requiriria 80 milhões de dólares, mas na realidade era postergar um trabalho que tinha que ser realizado. “Se você não tem tempo de fazê-lo bem, quando terá tempo de voltar a fazer?”, questionou. Fazê-lo bem significou ampliar o coro, acomodar mais fiéis na nave e restaurar a glória do templo. “Existiu por 168 anos. Foi um lugar de peregrinação por 168 anos”, recordou o Reitor da Catedral. “Como pode você abandoná-lo? Como poderia você simplesmente tirá-lo? Nós não poderíamos”. (GPE/EPC)