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“O Homem não pode ter a pretensão de dispensar Deus”, diz Cardeal Robert Sarah, em Portugal

Lisboa – Portugal (Quinta-feira, 20-10-2016, Gaudium Press) O futuro do Ocidente está comprometido se for construído com as “costas voltadas” para Deus.

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A afirmação é do Cardeal Robert Sarah, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, em entrevista a jornalistas, em Lisboa.

Dispensar Deus: gera conflito, barbárie, violência

As afirmações do Cardeal vão mais adiante e são mais profundas: “O homem não pode ter a pretensão de dispensar Deus sem correr o risco de morrer e de desaparecer, pela violência que ele próprio cria, as guerras, todas as situações de conflito, de barbárie. Foi o homem que criou tudo isso, porque virou as costas a Deus, porque pensamos que somos autónomos, independentes, que podemos fazer tudo o que queremos”.

Dom Robert, Cardeal Sarah

O cardeal nasceu em uma aldeia de Guiné-Conacri, em 1945. Ele foi nomeado bispo em 1979 por São João Paulo II. Chegou ao Vaticano em 2001, exercendo funções que õ levaram a ser criado cardeal por Bento XVI em 2010.

Cardeal Africano

Para o Purpurado, a África não tem “lições” a dar à Europa, além do exemplo que representa o crescimento do catolicismo no continente, desde o início do século XX. “Sei que Deus realiza sempre coisas magníficas com os pobres, com os que não têm nada, os que não são nada”, explica.

O Cardeal Robert Sarah, em 1984, esteve em uma lista de marcados para morrer elaborada pelo regime de seu país.

Para ele, tudo o que aconteceu na sua vida se deve a Deus: “Se nos separarmos de Deus, é como uma árvore sem raízes, morre. Se o rio não tiver uma nascente que o alimente, ele seca, já não tem água”, comenta.

A crise de Deus no Ocidente e a missão dos cristãos

O cardeal Robert Sarah veio a Lisboa para pronunciar uma conferência com uma sugestiva temática: ‘A crise de Deus no Ocidente e a missão dos cristãos’.

A conferência faz parte de uma iniciativa promovida pela Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, e é promovida pela Fundação ‘A Junção do Bem’.

Portugal na ONU

O antigo presidente do Conselho Pontifício ‘Cor Unum’, organismo da Santa Sé que coordena as atividades das organizações caritativas da Igreja, comentou em sua entrevista a escolha de António Guterres como novo secretário-geral da ONU: é “uma grande honra para Portugal”. E desejou que o país dê o seu contributo para que o mundo: “não se preocupe apenas com o sucesso material, mas também com o sucesso interior”.

Identidade Católica, refugiados, liturgia, família

Em sua fala com jornalistas, o Cardeal ainda tratou de temas atuais e concernentes a suas responsabilidades no Dicastério que dirige e funções no Colégio Cardinalício:

De Portugal, o cardeal elogia a “identidade católica, os seus valores católicos, universais”, manifestando a convicção de que o país “vai combater para proteger a família, proteger a vida, a dignidade da pessoa humana”.

A propósito da crise de refugiados, D. Robert Sarah sustenta que ninguém se pode considerar “inocente” perante este drama humano:

“Nós somos todos responsáveis por esta situação, principalmente o Ocidente”, alertou.

O prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos discorreu também sobre o trabalho deste dicastério, sublinhando que “a Liturgia tem de ser bela, tem de ser silenciosa, não barulhenta”, respeitando a “linguagem sagrada”.

Tendo participado dos trabalhos dos trabalhos do recente Sínodo dos Bispos que tratou sobre a família, D. Robert Sarah sustenta que a missão da Igreja é revelar “o pensamento de Deus” sobre o matrimónio e comentou as polémicas surgidas sobre a situação dos católicos divorciados que contraíram novas núpcias:

“Naturalmente, não poderão participar no Sacramento da Eucaristia, porque não estão na disposição necessária para comungar, mas poderão perfeitamente estar na comunidade, participar na vida comunitária, na organização da paróquia”. (JSG)

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