Gaudium news > Admirar, o segredo da felicidade

Admirar, o segredo da felicidade

Redação (Segunda-feira, 07-11-2016, Gaudium Press) Admirar, e sonhar, o segredo da felicidade. Pois a admiração é uma ponte até o Infinito, e o único que verdadeiramente nos descansa é o Infinito. Assim quando vemos e admiramos a laboriosidade e a delicadeza de uma abelha, obreira fantástica que não se cansa nunca, que é generosa pois não trabalha somente para si, mas para a colmeia, para as abelhinhas que estão se formando, para toda a comunidade. Uma coisa tão simples como um favo de mel, tão digno de admiração.

Nem se diga dos homens, o maior reflexo visível da Infinitude. Muitas coisas deploráveis há nos homens, mas também muitas coisas admiráveis, e nisso são reflexo do Criador.

Para colocar somente um exemplo, acabamos de assistir um trecho do discurso de Churchill no Congresso dos EUA, no dia 26 de dezembro de 1941, no qual ele já velho leão britânico despertava o apoio dos americanos por causa da defesa de suas famílias e da “liberdade”. Sem o concurso dos EUA a vitória final haveria estado na interdição. Churchill foi um dos artífices deste concurso, e o discurso mencionado era peça chave.

Admirar, o segredo da felicidade.png

Uma peça chave que se tornou uma obra mestra clássica de eloquência (o discurso do “Agora somos os donos de nosso destino”), da diplomacia e da geração do entusiasmo.

Churchill falou de sua família materna norte-americana, e do papel que ela jogou na história americana, estabelecendo assim um forte vínculo com seu auditório. Fez inclusive uma fina brincadeira, dizendo que se sua mãe tivesse sido britânica e seu pai norte-americano, ele talvez haveria chegado até esse Congresso por seus próprios méritos…

Diante dos representantes de uma sociedade profundamente religiosa como é a americana, Churchill repete as palavras do salmista: “Não terá temor das más notícias. Seu coração está firme, confiado no Senhor”, fazendo da luta conjunta anglo-norte-americana antinazista uma luta sagrada.

Mostra Churchill que se era poderoso o inimigo que enfrentava não era entretanto invencível e que já havia sofrido sérios tropeços, por exemplo na Rússia, animando assim ao povo americano. Quando fala do ataque do Japão, Churchill une a sensibilidade de ingleses e americanos na dor e indignação, e pergunta por que os japoneses não se dão conta que “nunca deixaremos de perseverar contra eles até que se tenha ensinado uma lição que eles e o mundo nunca esquecerão”, convocando a uma grandeza que transcende não apenas o espaço mas também o tempo.

E mil outras coisas. Uma obra mestra. Cada um terá suas apetências, seus legítimos gostos, onde se expanda genuinamente a admiração.

E desta maneira passamos uns agradáveis e felizes momentos, revisando o discurso, e escrevendo estas linhas, porque no fundo, pela graça de Deus, tivemos uma atitude contemplativa-admirativa de reflexos do Criador na mente e as palavras de um grande homem.

Mas há mais. A admiração não fica na contemplação satisfeita das maravilhosas realidades, mas que vai ao sonho.

A admiração sabe que o real não é senão participação de uma realidade mais perfeita, que é a realidade celestial. E com seu sonho o homem deve ir à procura desta realidade celestial, por exemplo, imaginando como seria um discurso de Churchill se pela graça de Deus nos encontrarmos no céu, e ele com sua eloquência e dons, já purificados, cantasse as bem-aventuranças de Deus.

De fato as vidas dos Santos, são uma visão mais próxima de como será essa realidade celestial.

Por Saúl Castiblanco

Traduzido por Emílio Portugal Coutinho

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas