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Aos 80 anos, Francisco pede que velhice seja tranquila, fecunda e com sabedoria

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 19-12-2016, Gaudium Press) No seu aniversário, Francisco iniciou o dia com a celebração, às 8:00 horas, de uma Santa Missa, na Capela Paulina do Palácio Apostólico do Vaticano. Depois continuou a cumprir as obrigações estabelecidas por sua Agenda.

O decano do Colégio Cardinalício, Cardeal Angelo Sodano fez, logo no início da celebração, uma saudação pelo aniversário do Santo Padre.

Durante a Celebração que contou com a presença dos Cardeais residentes em Roma, o Papa Francisco fez uma homilia onde tratou da importância de conservar a “graça da memória”, mesmo dos momentos maus, sempre com confiança na presença de Deus.

É próprio do amor não esquecer

Na homilia, inspirando-se na liturgia do dia, o Papa Francisco pediu a graça da memória.

No percurso do Advento, em que a vigilante espera se transforma mais intensa, a liturgia nos faz parar um pouco para ler a origem de Jesus. Fazer memória, olhar para trás para poder prosseguir melhor avante:

“Este é o significado da liturgia de hoje: a graça da memória, pedir esta graça. Não esquecer. É próprio do amor não esquecer, ter sob os olhos o bem que recebemos. É próprio do amor olhar para a história: de onde viemos, os nossos pais, os nossos antepassados. O caminho da fé. E esta memória nos faz bem, porque torna mais intensa esta vigilante espera pelo Natal.”

Eleição, promessa, aliança: pilares da memória cristã

“Nos fizeram uma promessa, uma promessa que será plena no final, mas se consolida com cada aliança que nós fazemos com o Senhor, aliança de fidelidade, e nos faz ver que não somos nós quem elegemos, nos faz entender que todos nós fomos eleitos. A eleição, a promessa e a aliança são como os pilares da memória cristã”, afirma Francisco, que continua dizendo que quando ouvimos este trecho do Evangelho, há uma história de grande graça, mas também de pecado:

“No caminho, sempre encontramos graça e pecado. Na história de salvação, tem grandes pecadores na lista. E há santos. Nós na própria vida encontraremos o mesmo. Momentos de grande fidelidade ao Senhor, de alegria no serviço e alguns momentos ruins de infidelidade, de pecado, que nos faz sentir a necessidade de salvação. E esta é também a nossa segurança. Porque quando precisamos de salvação, confessamos a fé.”

O Senhor não desilude, o Senhor é fiel

Olhando para trás, vemos que o caminho foi belo, o Senhor não nos desiludiu, o Senhor é fiel, disse Francisco que ainda recordou que vemos também que seja na história, seja na nossa vida, houve momentos de fidelidade e momentos tristes de pecado.

“Mas o Senhor, com a mão estendida para nos levantar, vai avante e esta é a vida cristã”, disse.

“Que este caminho jamais nos tire a graça da memória, de olhar para trás e ver tudo aquilo que o Senhor fez por nós e pela Igreja”, pediu por fim o Pontífice. Assim entenderemos porque hoje a Igreja nos faz ler este trecho, que pode parecer “tedioso”, a história de um Deus que quis caminhar com o seu povo e fazer-se, no final, um de nós.

“Que o Senhor nos ajude a retomar esta graça da memória. ‘Mas é difícil, é tedioso, houve tantos problemas……’ Mas a história da Carta aos Hebreus tem uma frase belíssima para as nossas lamentações: fique tranquilo, você ainda não chegou a dar o sangue. Um pouco de humorismo também daquele autor inspirado para nos ajudar a ir avante. Que o Senhor nos dê esta graça. “

Memória, Velhice tranquila e fecunda

No final, o Papa agradeceu a presença dos cardeais no dia de seu aniversário e fez uma reflexão sobre a velhice:

“Há alguns dias, me vem à cabeça uma palavra que parece feia: velhice. Assusta. Mas lembro do que disse a vocês em 15 de março, no nosso primeiro encontro. A velhice é sede de sabedoria, esperamos que também para mim seja assim. Também penso em como chegou tão depressa, e penso no poema de Plínio: passo silencioso, e a velhice chega de uma só vez. Mas se pensar como uma etapa da vida para ter alegria, sabedoria e esperança, alguém começa a viver. E penso em outro poema que disse a vocês naquele dia: a velhice é tranquila e religiosa. Rezem para que a minha seja assim: tranquila, religiosa e fecunda e também alegre. Obrigado.” (JSG)

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