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Relíquias dos Reis Magos: importantes partícipes da identidade da Europa

Colônia – Alemanha (Quarta-feira, 28-12-2016, Gaudium Press) A história dos três Reis Magos está cheia de mistério. Sem conhecer sua origem precisa -o Evangelho somente nos diz que provinham do Oriente e que regressaram à sua terra “por outro caminho”- sabemos seu destino final depois dos séculos: Um belo relicário de grandes proporções na Catedral de Colônia, Alemanha. Apesar de ser um lugar inesperado para estes sábios peregrinos orientais, a tradição relata a viagem das relíquias pelo continente, desde a cidade de Milão, Itália, até a Catedral alemã.

As relíquias foram recuperadas pela imperatriz Santa Helena, mãe do imperador Constantino, que reuniu no ano 300 na cidade de Sabá os restos dos três misteriosos personagens e a partir dali os enviou à Constantinopla. Repousaram durante anos neste lugar, onde viajou Santo Eustorgio, Bispo de Milão, para apresentar-se diante do imperador local a fim de obter o reconhecimento civil de sua autoridade eclesiástica. O imperador não somente recebeu ao Bispo, como lhe presenteou com as relíquias dos Três Reis Magos, que foram transladadas em um ataúde de granito por dois bois em um árduo caminho.

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No ano de 1164, o imperador do Sacro Império Romano Germânico, Federico Barbarroja, ao conquistar a cidade decidiu transladar as relíquias à Colônia e registrar o fato em um documento conhecido como a Traslatio. Segundo a tradição referida na Basílica de Santo Eustorgio, na “cappella dei maggi”, a viagem se fez em treze etapas em memória dos treze dias de viagem que segundo a tradição percorreram os Reis Magos para encontrar a Cristo.

A medida que se aproximam do seu destino, os peregrinos podem encontrar mais vestígios da célebre caravana que levou à Colônia as relíquias, guardadas em um monumental relicário de metais preciosos. A primeira etapa é concluída em São Pos, Santa Pausa, cujo nome recorda a primeira parada. Mas quase a totalidade do caminho não exibe rastros visíveis do caminho. Para o redator Gonzalo Altozano, isto oferece uma importante oportunidade material para o turismo e os negócios, mas também conserva o percurso como um trajeto íntimo, livre da exploração comercial.

O chegar à Catedral de Colônia, situada em um ambiente de insegurança e contradição, inunda ao peregrino da admiração pela importância das relíquias e pelo significado que tem para a identidade europeia. “Se equivoca quem pense que uma civilização pode levantar-se de suas cinzas com os mesmos instrumentos com que foi demolida”, expressou o redator para ‘Religión en Libertad’. “Por difícil que resulte de entender, à maneira mais efetiva e melhor de fechar a passagem das bandeiras negras da devastação que acampam às portas do continente -às que há que somar uma quinta coluna já no interior- é um retorno à inocência, como se para isso fosse necessário subir em um trem em movimento”, concluiu. “Trata-se de retornar aos mundos que no pequeno reino afortunado dos quartos de jogos nos prometiam as ilustrações dos livros na manhã do dia 06 de janeiro, aquelas grandes epopeias que durante séculos fizeram sonhar os homens (…). Trata-se de não resignar-se a languidescer diante do televisor ou tela do celular, de recuperar a alegria perdida de viver, de voltar a acreditar, de que todas as noites, enfim, sejam noites de Reis”. (GPE/EPC)

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