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A Maternidade Divina: origem de todos os privilégios marianos

Redação – (Segunda-feira, 02-01-2017, Gaudium Press) Segundo a liturgia da Santa Igreja Católica, no dia 1º de janeiro comemora-se a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. Desta maneira, o ano inicia-se sob o patrocínio d’Aquela que, pelo poder do Espírito Santo, gerou em Seu claustro virginal o Verbo Encarnado. Com efeito, a Maternidade Divina é o maior privilégio mariano, pois é ele a origem de todos os outros inefáveis dons com os quais a Virgem Santíssima foi profusamente aquinhoada pela Providência.

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Mãe e Filho: um único pensamento

De fato, Nossa Senhora foi destinada desde toda a Eternidade para esse nobre privilégio. Afirma a Teologia que o Senhor, no momento – se é que na Eternidade se possa falar em momento – em que planejou a Criação do mundo, teve como Supremo Modelo já o Verbo que se encarnaria. Uma vez que a natureza humana que o Verbo receberia seria gerada em Maria e por Maria, não se pode separar o que seria gerado d´Aquela que geraria. Logo o pensamento divino referente ao Verbo Encarnado e Sua Mãe constituiu para Deus na Eternidade um único pensamento, do qual procedeu o plano para a criação de todo o restante dos seres. O Verbo Encarnado e Sua Santíssima Mãe, foram a Divina Forma utilizada pelo Senhor para dar origem a todo o criado.

Imaculada, porque Mãe de Deus

Antes que o Verbo se encarnasse, evidentemente teria que nascer Maria Santíssima, e foi tendo em vista a Divina Maternidade que Nossa Senhora foi concebida sem pecado original, a fim de que o Verbo que limparia o pecado do mundo fosse gerado num receptáculo onde nunca tivesse havido a menor sombra, o menor resquício de ofensa a Deus, o qual não houvesse por nenhum momento, por menor que fosse, sido escravo de Satanás.

Para ser Mãe de Deus, a perpétua virgindade

Foi, também, tendo em vista a Divina Maternidade que a Providência quis manter perpetuamente a Virgindade de Nossa Senhora, inspirando em Seu Imaculado Coração o voto de virgindade. Assim, o Verbo de Deus foi gerado em Seu seio sem concurso de varão, pela força do Espírito Santo. No momento de dar à luz, tal virgindade manteve-se miraculosamente intacta, permanecendo ela incólume após o parto, uma vez que o posterior convívio entre Maria e José seria marcado por uma perfeita castidade. Qual o motivo de um tal privilégio? A fim de que Nossa Senhora, além do sublime dom da maternidade, possuísse o inefável privilégio da virgindade. Também, e sobretudo, para que esse tabernáculo utilizado pelo Senhor, e tornado sagrado por isso, não fosse por mais nenhuma criatura profanado.

Mãe de Deus e Mãe dos homens

Sendo Mãe de Deus, Nossa Senhora tornou-se, outrossim, Mãe dos homens. Consentindo que fosse gerado em Si o Redentor da Humanidade que por Seu preciosíssimo Sangue nos geraria para a Vida Sobrenatural, tornou-se Ela a Nova Eva, a Nova Mãe de todos os viventes, daqueles que vivem a verdadeira vida que consiste na participação da natureza divina, e para os quais está destinado o galardão eterno do convívio com o próprio Deus.

Mãe do Redentor e Corredentora

No Evangelho de São João encontramos Maria e o Discípulo amado aos pés da Cruz do Senhor. Nossa Senhora estava de pé, significando Sua total adesão ao sacrifício de Seu Filho, Sua profunda compreensão do que estava se passando. Mesmo sendo dolorosíssimo Seu sofrimento, Nossa Senhora oferecia ao Pai, de um modo sacerdotal, o Fruto de Seu ventre, tornando-se, como consequência de Sua Divina Maternidade e de um modo voluntário, a Corredentora do gênero humano.

Maternidade Divina e Pentecostes

Foi pela Maternidade Divina que Nossa Senhora se tornou Esposa do Divino Espírito, com o Qual de um modo castíssimo gerou o Verbo Encarnado. Foi por consequência de tal divino desposório que a Virgem Santíssima obteve para os Apóstolos, em Pentecostes, após dez dias de intensa oração, a descida do mesmo Espírito de Amor como línguas de fogo, a fim de encher seus corações de entusiasmo e força, além de outros extraordinários dons, para que estivessem aptos a cumprir seu mandato de anunciar o Evangelho

Mãe de Deus assunta aos Céus, Rainha e Medianeira de todas as graças

Após haver subido aos Céus em corpo e alma, Nossa Senhora foi coroada pela Santíssima Trindade como Rainha de toda a Criação, tornando-se desta maneira, a Medianeira de todas as graças. Convinha realmente que Aquela que gerou em sua puríssima carne o Verbo feito Homem terminasse Seus dias aqui na terra sem passar pela corrupção de um corpo tão sagrado. Daí procedem o augusto privilégio da Assunção de Maria, e de Sua coroação como Rainha do Universo, por ser verdadeira Mãe de Cristo, Nosso Senhor e Rei.

O Primeiro Dia da Nova Criação

Acima estão enumerados os principais privilégios de Nossa Senhora e como todos eles têm sua origem na Maternidade Divina. O fato de Nossa Senhora ser Mãe de Deus, e tudo o mais que vem como consequência, não significa um conjunto de divinos beneplácitos somente para Ela. Também nós somos beneficiados por isso. Nossa Senhora está na origem de nossa salvação. Ela é nossa verdadeira Mãe na ordem sobrenatural. Estando no Céu, é também Ela nossa mais eficaz intercessora junto a Deus, Seu Pai, Seu Filho e Seu Esposo. Por isso, convém sobremaneira que a data reservada para comemorar Maria como Mãe de Deus seja o primeiro dia do ano, para nos recordar que a figura da Santíssima Virgem está profundamente relacionada com o primeiro dia da Nova Criação, a qual se iniciou em Seu puríssimo claustro.

Neste ano de 2017 que começa, rendamos louvores a Maria, Mãe de Deus e nossa. E que se realize o quanto antes o triunfo de Seu Sapiencial e Imaculado Coração! (JEP)

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