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Francisco, no Angelus: Confiar em Deus com a humildade dos pobres em espírito

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 30-01-2017, Gaudium Press) Durante a Audiência Geral, ainda antes da recitação da oração mariana do Angelus, o o Santo Padre dirigiu aos milhares de fiéis que forma à Praça São Pedro tratou da liturgia do IV domingo do Tempo Comum expondo uma reflexão sobre as bem-aventuranças, que ele considera como a “Carta Magna” do Novo Testamento.

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Disse o Papa que Jesus manifesta a vontade de Deus de conduzir os homens à felicidade, uma mensagem que já estava presente na pregação dos profetas.

Porém, na pregação que nos narra o Evangelho a palavra que Jesus emprega é “bem-aventurados”. “Bem-aventurados” significa felizes. E, por isso, Jesus indica as condições para ser felizes, para finalizar com uma promessa:

“O motivo da bem-aventurança, isto é, da felicidade, não está na condição necessária – “pobres em espírito”, “aflitos”, “com fome de justiça”, “perseguidos” … -, mas na sucessiva promessa, que se deve acolher com fé como dom de Deus. Parte-se da condição de desconforto para se abrir ao dom de Deus e ter acesso ao mundo novo, o “reino” anunciado por Jesus”.

Trata-se de um caminho de vida seguindo o Senhor, e não uma realidade automática. Não se é bem-aventurado se não se é convertido, capaz de apreciar e viver os dons de Deus.

“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus”

O Papa deteve-se na primeira bem-aventurança: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus”.

Ele explicou que o pobre em espírito é aquele que assumiu os sentimentos e atitudes dos pobres, que não se rebelam, que sabem ser humildes, dóceis, disponíveis à graça de Deus.

Para o Papa Francisco, a felicidade dos pobres em espírito tem uma dupla dimensão: em relação com os bens e em relação com Deus:

“Em relação com os bens materiais ela é sobriedade: não necessariamente renúncia, mas capacidade de saborear o essencial, de partilhar; capacidade de renovar todos os dias a admiração pela bondade das coisas, sem se tornar pesado na opacidade do consumo voraz. Em relação com Deus é louvor e reconhecimento que o mundo é bênção e que na sua origem está o amor criador do Pai. Mas é também abertura a Ele, docilidade à Sua Senhoria, que quis o mundo para todos os homens na sua condição de pequenez e limitação”.

O Pobre em espírito: não confia em si mesmo

O pobre em espírito é o cristão que não confia em si mesmo, nas suas riquezas materiais, não se obstina nas suas próprias opiniões, mas escuta com respeito e se abandona com boa vontade às decisões dos outros, sublinhou o Papa, observando ainda que se nas nossas comunidades houvesse mais pobres em espírito, haveria menos divisões, contrastes e polêmicas! Porque a humildade, como a caridade, é uma virtude essencial para a convivência nas comunidades cristãs.

Por fim, Francisco rogou à Virgem Maria, modelo e primícia dos pobres em espírito, porque foi totalmente dócil à vontade do Senhor, nos ajude a abandonar-nos a Deus, rico em misericórdia, para que Ele nos encha dos seus dons, especialmente a abundância do seu perdão. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações RV)

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