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Na Vigília de Quarta-feira de cinzas: “Não se pode servir a dois senhores”, lembra Francisco

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 01-03-2017, Gaudium Press) Na vigília da Quarta-feira de Cinzas, Francisco falou que nesses dias antes da Quaresma a Igreja “nos faz refletir sobre a relação entre Deus e as riquezas”: Seguir o Senhor que nos doa tudo, e não buscar as riquezas.

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E o Papa recordou, então, o encontro entre o “jovem rico, que queria seguir o Senhor, mas no final era tão rico que escolheu as riquezas”.

Evangelho de São Marcos

“Hoje o Evangelho de Marcos, disse o Papa, nos mostra Pedro que pergunta ao Senhor o que será deles já que deixaram tudo para trás. É como se Pedro pedisse contas ao Senhor”:

“Não sabia o que dizer: ‘Sim, este foi embora, mas nós? “. A resposta de Jesus é clara: ‘Eu vos digo: não há ninguém que deixe tudo sem receber tudo’. ‘Pois bem, nós deixamos tudo’. ‘Receberão tudo’, com aquela medida transbordante com a qual Deus oferece os dons. ‘Receberão tudo. Quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho receberá cem vezes mais agora, durante esta vida – casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições – e, no mundo futuro, a vida eterna’. Tudo. O Senhor não sabe dar menos do que tudo. Quando Ele doa algo Ele doa a si mesmo, que é tudo”.

O jovem rico do Evangelho não teve alegria

Francisco explicou que isto é “entrar” em “outro modo de pensar, em outro modo de agir. Jesus dá todo si mesmo, porque a plenitude, a plenitude de Deus é uma plenitude aniquilada na Cruz”:

“Este é o dom de Deus: a plenitude aniquilada. E este é o estilo do cristão: buscar a plenitude, receber a plenitude aniquilada e seguir este caminho. Não é fácil, isso não é fácil. E qual é o sinal, qual é o sinal deste ir avante em doar tudo e receber tudo? É o que ouvimos na primeira leitura: ‘Faze todas as tuas oferendas com semblante sereno, e com alegria consagra o teu dízimo. Dá a Deus segundo a doação que ele te fez, e com generosidade, conforme as tuas posses. Semblante sereno, alegria… O sinal que nós estamos neste caminho do tudo e nada, da plenitude aniquilada, é a alegria”.

O jovem rico, “ficou com o semblante fechado e foi embora triste”.

Ele “não foi capaz de receber, acolher esta plenitude aniquilada. Assim como os Santos, o próprio Pedro, a acolheram. E em meio às provações, às dificuldades, tinham o semblante sereno, o olhar alegre e a alegria do coração. Este é o sinal”, disse Francisco.

Santo Alberto Hurtado

Para concluir o Santo Padre recordou Santo Alberto Hurtado como exemplo de ficar alegre, apesar de tudo:

“Ele trabalhava sempre, dificuldade atrás de dificuldade… trabalhava pelos pobres…. Foi realmente um homem que abriu caminhos em seu país… A caridade para a assistência aos pobres… Mas foi perseguido, muitos sofrimentos. Mas ele, quando justamente estava ali, aniquilado na cruz, a frase foi: ‘Contento, Señor, Contento’, ‘Feliz, Senhor, feliz’. Que ele nos ensine a caminhar nesta estrada, nos dê a graça de caminhar nesta estrada um pouco difícil do tudo e do nada, da plenitude aniquilada de Jesus Cristo e dizer sempre, sobretudo nas dificuldades: ‘Feliz, Senhor, feliz'”. (JSG)

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