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Ouvir Pedro, aceitar seguir Jesus: reflexões para o Retiro Espiritual do Papa

Ariccia – Itália (Terça-feira, 07-03-2017, Gaudium Press) Desde a tarde de domingo o Papa Francisco e os membros da Cúria Romana estão em Arccia, uma localidade nas proximidades de Roma para a prática dos Exercícios espirituais. No domingo mesmo houve a introdução aos Exercícios que se prolongarão até a sexta-feira, 10/06.

Na primeira meditação dos Exercícios espirituais, o pregador, Pe. Giulio Michelini, exortou os 74 participantes a fazerem a si mesmos algumas perguntas sobre a própria vida espiritual.

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Uma destas perguntas, por exemplo, foi:

Ouço a voz do Senhor, que fala de modo humilde, ou coloco meu interesse pessoal acima do Reino de Deus?

Os Exercícios espirituais se compõem do canto da Liturgia das Horas e pelas duas meditações diárias, que passam da interpretação dos textos ao desdobramento existencial e aplicação pessoal e também propósitos.

Jesus tomava suas decisões na oração

O ponto de partida para as meditações do primeiro dia destes Exercícios Espirituais foi o Evangelho segundo São Mateus: “A Confissão de Pedro e o caminho de Jesus para Jerusalém”.

Jesus tomava suas decisões na oração, não através de sonhos ou magos, como fazia Alexandre Magno, de acordo com Plutarco. A partir daí, o Pe. Michelini propôs aos retirantes que se perguntassem como é que eles tomam as decisões importantes da própria vida:

“Faço discernimento baseado em qual critério? Decido impulsivamente, deixo-me levar por aquilo que é habitual, coloco a mim mesmo e meu interesse pessoal acima do Reino de Deus? Ouço a voz de Deus, que fala de modo humilde?”

A voz de Deus através dos pequenos: a humildade de ouvir-nos

O pregador, Pe. Michelini, começa a centrar-se e comentar na figura de Pedro e na tradição rabínica.

Mediante revelação, Pedro reconhece que Jesus é o Messias. A partir daí, o pregador indica aos presentes que Pai falou não somente por meio do Filho, mas tenha falado ao Filho, Jesus, também através de Pedro.

É Jesus que revela pouco a pouco a sua vocação, mas realiza gestos também porque é solicitado por outros. Na vida de Jesus de Nazaré é deixado muito espaço aos encontros, que incidem na sua missão.

De acordo com Frei Michellini, a tradição rabínica, com o fim da grande profecia, considerava-se que Deus continuasse falando de modos humildes. Por exemplo mediante a voz das crianças e dos loucos.

Com uma comunicação parecida com o sussurro de um vento leve como se deu com o profeta Elias no monte Horebe.

A partir dessa constatação, o pregador ofereceu aos retirantes outra ocasião para a reflexões:

“Tenho a humildade de ouvir Pedro? Temos a humildade de ouvir-nos uns aos outros, estando atentos aos preconceitos ou às pré-leituras que certamente temos, mas atentos a colher aquilo que Deus quer dizer apesar – talvez – dos meus fechamentos? Ouvir a voz dos outros, talvez frágil, ou escuto somente a minha voz?”

Aceitar seguir Jesus, carregar a própria cruz

Dando continuidade à sua preleção, Frei Michellin deteve-se na interpretação de estudiosos que consideram que Jesus soubesse o que estava para acontecer.

Segundo o Frei Capuchinho, no Evangelho segundo Mateus se diz que Jesus se retirava…

O Frei explica que retirar é um verbo que no grego antigo indicava a retirada dos exércitos diante de uma derrota ou de um perigo.

Então, Michellini observou que também Jesus parece retirar-se diante da notícia da prisão de João Batista e quando sabe que os fariseus querem matá-lo, mas, ressaltou ele, todas essas retiradas são estratégicas, não são para deter-se.

Após ter-se retirado, Jesus faz coisas concretas, isto é, começa a anunciar o Reino e a curar os doentes.

Se alguém quiser vir após mim…

A última pergunta sugerida para a reflexão dos retirantes refere-se à banalidade do mal, à ferocidade do assassinato de João Batista e da continuidade da missão de Jesus que o conduz a Jerusalém:

“Pergunto-me se tenho a coragem de caminhar até o fim para seguir Jesus Cristo, levando em consideração que isso comporta levar a cruz, como Ele disse, anunciando a ressurreição, a alegria, mas também a provação:

‘Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me’.” (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações RV)

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